Em novembro de 2020, o Instituto de Longevidade MAG organizou o evento Longevidade Financeira: o que é e por que você precisa aprender sobre ela. A ação aconteceu dentro da Semana Nacional de Educação Financeira, uma importante iniciativa que reuniu centenas de atividades voltadas a promover a cultura previdenciária, fiscal, financeira e securitária.

O objetivo do evento foi levar ao público a visão em construção disso que chamamos “Longevidade Financeira”, uma ideia poderosa que se alimenta de nossa experiência como pioneiros no investimento social privado em longevidade no Brasil e como parte de um dos grupos de serviços financeiros mais tradicionais do país.

Para assistir ao evento, basta clicar aqui

Longevidade e Educação Financeira

Longevidade Financeira é uma ideia que explora a relação entre a duração de nossas vidas e nossas finanças pessoais. Vidas cada vez mais longas pedem mudança na forma como lidamos com o dinheiro. O conforto material do amanhã passa por aquilo que fazemos hoje.

Por comparação, é exatamente como com a saúde. Ninguém pode esperar uma vida incrivelmente sã aos 80 anos se, ao longo de toda a vida, tivermos cultivado hábitos que reconhecidamente prejudicam a saúde (como fumar, beber álcool em excesso etc.).

A Longevidade Financeira, portanto, é uma discussão a respeito dos efeitos do maior tempo de vida sobre as finanças pessoais e vice-versa, bem como acerca de modos de lidar com esses efeitos mútuos no longo prazo da crescente longevidade.

Tanto no campo da saúde quanto no das finanças pessoais, a estratégia usada pelos especialistas para orientar as pessoas a respeito da relação entre seus hábitos – de saúde e financeiros – e seu bem-estar no longo prazo é a educação.

Indiscutivelmente, ações de educação para a saúde e para finanças são necessárias (por isso faremos o evento na Semana ENEF). Elas buscam informar e aumentar a capacidade das pessoas de tomar decisões esclarecidas sobre as melhores opções para cada um, em termos da longevidade financeira e física.

Aspectos não-cognitivos da Educação Financeira

Sem negar o papel fundamental da educação para o objetivo de promover o bem-estar no longo prazo, os especialistas em aprendizado sabem, cada vez mais, que não são apenas os aspectos cognitivos que importam para a formação de hábitos tão importantes.

No caso da Educação Financeira, por exemplo, esses aspectos cognitivos estão ligados a certas competências matemáticas. Por exemplo: escolher a melhor taxa de juros ao tomar um empréstimo; identificar o investimento que vai render o melhor retorno; saber quanto preciso poupar de hoje até as próximas férias para conseguir fazer a viagem sonhada.

Além da capacidade – que poucos têm – de fazer esses cálculos adequadamente, o que mais importa para a Longevidade Financeira são os aspectos não-cognitivos, ou socioemocionais. E quais seriam estes aspectos socioemocionais? Voltemos aos exemplos.

Eu posso saber escolher a melhor taxa de juros em um empréstimo. Mas pouco importa se eu tomar empréstimos por impulso. Eu posso saber identificar o investimento que vai trazer o melhor retorno. Mas pode me faltar a disciplina de aplicar nele meu dinheiro regularmente. Posso saber quanto preciso poupar para a viagem dos sonhos. Mas pode ser que, após um difícil mês de trabalho, eu gaste tudo que tinha juntado em um fim de semana, antes das férias.

Os exemplos acima mostram que o raciocínio lógico e matemático podem se mostrar insuficientes para atingir os objetivos mais racionais. É aí que entram os aspectos não-cognitivos ou socioemocionais da Educação Financeira.

Autoconhecimento: um passo além na Educação Financeira

Enquanto os aspectos cognitivos podem ser aprendidos em cada vez mais lugares – felizmente, o conhecimento está cada vez mais disponível para além das escolas e universidades –, os aspectos não-cognitivos só podem ser buscados em um local bem específico: nosso “eu interior”.

Esse é o elemento que considero surpreendente: uma parte importante da Educação Financeira passa por um investimento em autoconhecimento. Sim, isso mesmo. Não estou me referindo a nada místico, sobrenatural ou religioso. Autoconhecimento é, como a palavra diz, conhecer a si mesmo. E isso significa buscar entender nossos próprios pensamentos e sentimentos. Voltemos mais uma vez aos exemplos.

O desenvolvimento do autocontrole é fundamental a alguém que toma empréstimos por impulso, mesmo que saiba escolher boas taxa de juros entre várias opções. Manter a perseverança nos aportes em um investimento é indispensável para quem quer obter o resultado do plano de investimentos traçado. E ter resiliência é crítico para aqueles que querem manter o propósito firme, diante de cenários adversos.

Mesmo correndo o risco de ser simplista, acredito que é possível associar um padrão de ideias e emoções que aparecem em situações nas quais nos faltam cada uma dessas competências socioemocionais. Qual “gatilho” me faz agir por impulso? O que sinto quando paro meus planos antes de terminar de executá-los? Por que me sinto menos no controle dos meus atos após passar um momento estressante?

É óbvio: fazer esse autoexame não é nada fácil. Inclusive, considero que seja até mais difícil do que aprender a calcular juros compostos. Entender os gatilhos emocionais que nos fazem agir contra nosso melhor interesse pode ser bastante doloroso. E não há garantia de que funcione sempre.

Ainda assim, encorajo você a tentar. Apesar de o mergulho ser para dentro de si mesmo, não quer dizer que tenha que fazer tudo sozinho e que não possa ter ajuda. Existe o caminho da psicoterapia. Há cada vez mais opções de cursos de meditação e atenção plena (também conhecida pelo termo “Mindfulness”). Há vários grupos de pessoas que se reúnem para discutir seus problemas e se ajudar mutuamente.

Busque autoconhecimento e promova sua Longevidade Financeira. 

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