Você sabia que guardar dinheiro é diferente de poupar certo? Para quem pensa em ter Longevidade Financeira, não basta de vez em quando guardar um dinheiro aqui, outro acolá. Ser um poupador exige disciplina, metodologia e inteligência para ter controle sobre o dinheiro.

A maioria da população brasileira tem muita dificuldade em poupar. Segundo pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em 2019, 67% dos consumidores brasileiros não conseguem guardar nenhuma parte de seus rendimentos mensais. A situação é outra em países como Nova Zelândia e Estados Unidos. Neles, o índice de poupadores é de cerca de 30% e 40%, respectivamente.

Para a especialista em organização financeira pessoal Simone Sgarbi, a dificuldade do povo brasileiro em guardar dinheiro tem relação cultural. 

“Isso tem a ver com questões culturais e psicológicas, mas também com o passado recente de hiperinflação, no qual o dinheiro perdia muito valor diariamente e as pessoas não tinham acesso à informação de como investir.”

Mas é possível mudar esse costume e aprender a administrar suas finanças pessoais. Primeiramente, entenda que economizar é diferente de poupar certo. Quando nos referimos a fazer economia, estamos falando, por exemplo, de conseguir um bom custo-benefício em uma determinada compra. Já poupar é construir uma reserva financeira com um determinado objetivo.

Imagem de um homem dormindo em uma calma com dinheiro debaixo do seu travesseiro. Imagem para ilustrar a matéria sobre poupar certo.

Não adianta dormir com o dinheiro na mão. Aprenda como poupar certo | Foto: Andrey_Popov/Shutterstock

Agora que você já sabe a diferença, veja as dicas da especialista em organização financeira pessoal Simone Sgarbi para você poupar certo.

5 dicas para você poupar certo

Constância é o segredo

“O mais importante é criar uma rotina de investir mensalmente, com constância. Existem três motivos principais para aderir a esse novo hábito:

  • Criar uma reserva de emergência, para que em caso de alguma eventualidade não precise se endividar pagando juros altos pelo dinheiro que pegou emprestado;
  • Se preparar para aposentadoria, e assim não precisar baixar seu padrão de vida quando parar de gerar renda com o esforço do seu trabalho ativo;
  • E conseguir realizar suas metas de forma planejada, o que consequentemente te proporciona grandes oportunidades.”

Existe um valor ideal para poupar todo mês? Como fazer esse cálculo?

“O planejamento financeiro é individual, como uma impressão digital, portanto cada um tem sua própria realidade, mas, uma forma de construir uma vida financeira saudável é viver dentro da regra 70/30, na qual 70% dos seus ganhos você usa para viver o hoje e 30% para o futuro.

É importante ressaltar que dentro deste 70% de hoje, recomenda-se que no máximo 50% esteja comprometido com as contas essenciais, de subsistência. Isso te dará uma margem de manobra em tempos de crise que não afetará sua capacidade de investimentos.

Se hoje essa divisão do orçamento estiver longe da realidade, existem três passos a seguir. O primeiro é começar a investir com o que você pode, seja 5, 10 ou 100 reais. Criar esse hábito vai te treinar para quando puder investir valores maiores e começar uma importante reserva.

O segundo é organizar seu orçamento para descobrir exatamente para onde está indo seu dinheiro, quais contas pesam mais no orçamento, e o que é possível enxugar.

O terceiro passo é criar maneiras de aumentar sua renda para conseguir viver dentro do 70/30, seja fazendo renda extra, ou investindo na sua capacitação profissional para aumentar seu valor de mercado.”

Não consegui poupar nada esse mês. E agora? 

“O que enriquece um investidor não é grande sacada, descobrir a bola da vez. É a constância e o longo prazo. O maior perigo de investir um mês e outro não é que a pessoa não automatiza no seu cérebro a importância de poupar, e acaba se autossabotando. Um mês investe, no outro surgiu um show, uma viagem e pronto, já não investe.

Uma dica importante para evitar esse comportamento e o 'pague-se' primeiro. Isso significa já deixar programada uma transferência mensal da conta que você recebe seu salário para a corretora na qual você investe. Essa ação evita que você tenha que mensalmente tomar a decisão de investir para suas metas, ou gastar em um prazer momentâneo.”

Especialista em organização financeira pessoal Simone Sgarbi traz dicas para você poupar certo | Foto: Divulgação

Especialista em organização financeira pessoal Simone Sgarbi traz dicas para você poupar certo | Foto: Divulgação

Não deixe o dinheiro embaixo do colchão

“Guardar é diferente de investir. Guardar é deixar de gastar um valor. Já investir é colocar o dinheiro para trabalhar para você, rendendo enquanto você dorme, para realização de um sonho.

A melhor estratégia para se proteger de você mesmo é dar um carimbo específico para cada investimento. Por exemplo: esse investimento é para comprar minha moto daqui dois anos; esse investimento é para minha aposentadoria daqui 25 anos; esse é para minha viagem de férias daqui três meses.

Colocar no papel exatamente para o que é cada investimento e para qual data, vai te ajudar a escolher o melhor produto para investir e, caso tenha a tentação de sacá-lo antes da hora, você vai pesar se quer mesmo renunciar àquele sonho por qualquer motivo.”

É possível investir com pouco

“Existem produtos para todos os tipos de bolsos e perfis de investidores. É possível investir em títulos privados, conhecidos como CDB, a partir de um real; se o investidor preferir a segurança dos títulos públicos, encontra estes papéis a partir de R$ 41,55.

Se tiver um perfil mais arrojado e quiser entrar no mundo da Bolsa de Valores, existem ações de grandes empresas por volta de R$ 20,00; se prefere investir em imóveis existem Fundos Imobiliários com cotas por menos de R$ 100,00.

Esses exemplos servem para desmistificar a crença de que para investir é preciso ter muito dinheiro”.

Hoje, com a internet, é possível investir sem sair de casa, pelo seu computador ou celular, em produtos conservadores ou arrojados, como Títulos de Tesouro Direto e até Bolsa de Valores.


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