Chegamos a uma época do calendário em que mesmo os que amam e os que odeiam uvas-passas no arroz conseguem concordar em uma coisa: é tempo de renovação e esperança. Assim, surgem as famosas metas de ano novo, que fazem brilhar os olhos de muita gente enquanto são estourados os champanhes.

Mas muita calma nessa hora. Pense que não dá para pular as sete ondinhas se elas são daquelas de 20 metros de altura. Essa analogia diz respeito ao primeiro conselho da coach de alta performance Leila Arruda: manter os pés no chão para não se frustrar por não conseguir cumprir alguns itens da relação de objetivos.

Assim, apesar do clima festivo, é preciso serenidade para não sucumbir à chamada Síndrome do Ano Novo – estabelecer propósitos de melhorias ou atividades que não são exatamente condizentes com a possibilidade de execução. Segundo Leila:

“É preciso desmistificar as metas e trazê-las para a realidade.” 

Afinal, não dá pra querer abraçar o mundo só por causa da mudança da folhinha na parede da sala.

Um mulher idosa sentada em uma mesa, fazendo as suas anotações de metas de ano novo.

Crédito: Prostock-studio/shutterstock 

É preciso dimensionar as metas de ano novo

Existem alguns caminhos para desenhar os objetivos de acordo com o factível. O primeiro deles, segundo Leila, é colocar a importância e a viabilidade da meta à prova. Para isso, um exercício bastante simples, como uma lista, funciona. Elenque, ao menos, dez propósitos que você quer atingir e que são possíveis.

Suponha que uma das metas da lista de alguém seja alcançar o primeiro R$ 1 milhão economizado. Então, qual o salário mensal dessa pessoa? Ela já tem algum dinheiro guardado? Receberá algum dinheiro, resultado de um processo movido na justiça, por exemplo? De uma forma geral, não dá para contar apenas com as apostas da Mega-Sena para conseguir alcançar esse objetivo. No mínimo, seria necessário se programar para jogar toda semana e ter investimento para isso.

De qualquer forma, se todos os salários somados do ano desse indivíduo “otimista” não chegam nem a 10% do montante desejado, percebemos logo que a meta não se sustenta. Para isso, o planejamento financeiro precisa fazer parte do cotidiano e das metas de ano novo. Unidos, pode gerar resultados realistas e positivos para as finanças.

Metas de fim de ano mal elaboradas podem causa frustração

A questão é que apegar-se a uma lista de ilusões pode ser extremamente frustrante – e um convite à rápida desistência. Uma pesquisa realizada por um professor de psicologia da Universidade de Hertfordshire, na Inglaterra, aponta que, em média, 12% das metas de ano novo são cumpridas. Um estudo da Statistic Brain concluiu que 27% das pessoas abandonam suas listas.

Para mudar esses números em prol da persistência e da resiliência, há mais alguns segredos revelados por Leila Arruda. Um dos fundamentais é o que ela chama de “quebrar” as metas em metazinhas. Isso significa estabelecer um passo a passo para o atingimento do objetivo. Pensar em prazos para a conclusão de cada etapa faz parte desse processo. “O procedimento ajuda também a diminuir a ansiedade do processo”, explica Leila.

Dizer que irá perder 20 quilos em um ano e simplesmente passar a se pesar aleatoriamente não gera resultado. Falar que irá economizar para garantir uma poupança financeira para o próximo ano e não controlar os gastos também não é eficaz. Colocar numa planilha datas, valores e pequenas metas semanais é muito mais eficaz. 

Vantagens e desvantagens: como analisar?

Ainda é preciso saber do que terá de abrir mão para chegar lá. Afinal, ter em mente os prós e os contras para cumprir determinada meta é fundamental. Para a economia financeira do fim do mês, talvez seja preciso abrir mão daquele gasto com pizza aos domingos.

E não vale dar uma de esquecidinho na hora de cumprir aquilo que prometeu a si mesmo. Contra as lacunas da memória, a sugestão de Leila é espalhar lembretes e anotações ao redor.

Para manter o objetivo em mente, vale até fazer dele a tela de fundo do computador. “Eu mesma coloco avisos de minhas metas na porta do guarda-roupa, porque sei que é um lugar que visitarei ao menos duas vezes por dia”, diz a coach.

Redimensione as metas de ano novo

O primeiro passo é fazer a lista em si. Não há número mínimo ou máximo de metas: isso é com você. Para ter uma ideia, a própria Leila costuma chegar a cem, mas incluindo pequenas ações do cotidiano, como ir ao dentista ou encontrar semanalmente os amigos.

Algo que ela diz vir percebendo é o entusiasmo dos 50+ com as listas de metas para o ano novo. 

“Assessorei uma cliente que resolveu abrir seu primeiro negócio próprio aos 68 anos de idade”, lembra. Uma clínica de psicologia, no caso. “Percebo que as pessoas mais velhas também se frustram menos que as mais jovens quando algo dá errado no trajeto de consumação do objetivo.”

É a experiência de vida que as tranquiliza, podemos dizer. Sabem que o mais importante é persistir dentro dos limites possíveis.

Aliás, é também fundamental redimensionar as metas no meio do caminho, caso haja a percepção de que algo tenha mudado – talvez o próprio desejo, ou os meios para efetivá-lo. Afinal, algumas regras precisam ser seguidas para evitar decepções no ano que se inicia.

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