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O MIT AgeLab, programa de pesquisa sobre longevidade do MIT (Massachussets Institute of Technology), publicou um manual de planejamento financeiro para ajudar cuidadores de pessoas com Alzheimer e outros tipos de demência. A proposta é oferecer um instrumento para conduzir conversas com familiares doentes e fazer a preparação de recursos.

A publicação “Financial Planning in the Shadow of Dementia” (Planejamento Financeiro sob a Sombra da Demência) divide a doença em três estágios. Após contextualizar e explicar cada um deles, são apresentados o que deve ser discutido com o paciente e como o cuidador tem de lidar com o estresse e a depressão, que podem surgir durante a evolução da enfermidade.

 Os 3 estágios da doença

Declínio suave

É a fase em que pessoas com demência têm problemas gerenciando os extratos bancários e o pagamento de contas. Ainda há o risco de se perder e a dificuldade em lembrar nomes e locais onde os objetos foram deixados. Para esse momento, o manual orienta a: iniciar a conversa sobre planos financeiro e legal, além do suporte de um ou mais cuidadores; encorajar a pessoa com demência a falar com a família sobre seus desejos em relação aos cuidados que gostaria de receber; pedir que a pessoa leve o cuidador a consultas médicas e reuniões com assessores financeiros; e deixar claro qual é o papel do advogado e o do cuidador, caso ele seja escolhido o representante legal da pessoa com demência.

Declínio moderado

É quando as habilidades financeiras se deterioram. As pessoas com demência podem se sentir frustradas e ficarem mais reclusas socialmente. O cuidador pode ter de começar a fazer as compras, cozinhar e ajudar a escolher as roupas. É a hora de trabalhar com um assessor de confiança para o cuidador poder aliviar o peso de ter de gerenciar sozinho as finanças da pessoa com demência e focar o bem-estar. Pesquisas mostram que 60% dos cuidadores relatam estresse emocional alto ou muito alto, e 40% reportam sintomas de depressão.

Declínio severo

A memória tem piora acentuada e a pessoa apresenta dificuldade em lembrar eventos recentes. Há alternância de humor e mudança de personalidade significativas. O cuidador pode ter de oferecer ajuda na alimentação e na higiene pessoal. É quando será preciso ajudar a pessoa a viver com conforto e respeito (o planejamento financeiro deve estar pronto antes dessa etapa) e buscar suporte de cuidadores especializados.

 5 áreas que merecem atenção em um planejamento financeiro

A partir da descrição de cada fase da demência, o manual do MIT AgeLab, que é entidade parceira do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, sinaliza cinco áreas que merecem atenção em um planejamento financeiro. São elas:

  1. Bens – Fazer um levantamento de propriedades, itens domésticos e terrenos, por exemplo, e determinar o que será feito deles. Antes de decidir, é preciso avaliar os custos de saúde no longo prazo;
  1. Rendimentos e seguros – Listar benefícios, aposentadoria, pensão e outros rendimentos, além de planos de saúde e seguro de vida, para saber o quanto eles se adequarão às necessidades da pessoa com demência;
  1. Intenções – Entender quais são os desejos do paciente, como ele quer ser cuidado e como ele deseja que os recursos sejam gerenciados. Para boa parte das pessoas, são temas difíceis de serem abordados, mas a discussão antecipada evita estresse maior no futuro;
  1. Administração bancária – Determinar como será feita a gestão da conta, se as despesas serão colocadas em débito automático e se alguém terá procuração para gerir os benefícios;
  1. Gestão de cuidados – Discutir como os tratamentos de saúde serão financiados, especialmente quando a doença progredir e houver a necessidade de assistência intensificada.

Clique aqui para ter acesso ao manual completo (em inglês).

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