Boa parte - 79,3% - das famílias brasileiras estão endividadas, de acordo com a Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Os dados são relacionados a setembro. A inadimplência chega a 30% das famílias. Ou seja, quando as contas passam a não ser pagas. 

A pesquisa considera contas a vencer no cartão de crédito, empréstimo pessoal, crédito consignado, cheque pré-datado, carnê de loja, prestação de carro e de casa. Entre as famílias com renda abaixo de 10 salários mínimos, o percentual de endividamento é um pouco maior do que entre as famílias com renda acima desse valor: 80,3% e 75,9%, respectivamente.

“Embora os atrasos tenham crescido no mês e no ano entre os consumidores nas duas faixas de renda, as dificuldades de pagamento de todos os compromissos do mês são mais latentes entre as famílias de menor renda”, explicou a economista Izis Ferreira, responsável pelo levantamento da CNC, em nota oficial.

As famílias brasileiras estão endividadas por uma série de razões. Elas vão desde renda insuficiente para pagar as despesas, até falta de educação financeira e taxas de juros cada vez maiores na tomada de empréstimos. De acordo com dados do Banco Central, em apenas um ano, as taxas para pessoa física chegaram a crescer 13,5%, totalizando 53,6%. Trata-se do maior percentual desde abril de 2019.

Famílias brasileiras estão endividadas e mau uso do cartão é uma das razõesFoto: Ivan Kruk/Shutterstock

Boa parte das famílias brasileiras estão endividadas e cartão é uma das razões

O mau uso do cartão de crédito é uma das razões que explicam o alto endividamento das famílias. Por isso, é preciso cautela. “O cartão de crédito acaba sendo uma forma prática de conseguir pagar qualquer fatura. Mas é necessário cuidado no momento de efetuar os pagamentos utilizando esse recurso. Caso contrário, pode acabar se tornando uma bola de neve e a pessoa acaba ficando com várias dívidas”, explica o educador financeiro Tiago Cespe, criador da Cespe Educação Financeira.

Segundo ele, o primeiro passo para conseguir usar o cartão de crédito com responsabilidade é definir um limite. Ou seja, é necessário analisar qual é a renda mensal e quanto é possível gastar por mês. Depois, deve-se entrar em contato com a instituição financeira e pedir para ela travar o limite do cartão no valor máximo que se pode gastar. Esse valor máximo deve conter uma pequena parte reservada para imprevistos. 

“É importante não cair em tentações também. A operadora pode oferecer um limite maior, mas se a pessoa quer evitar gastar descontroladamente, a melhor opção é colocar um limite. Se acontecer uma fatalidade e for necessário gastar além desse valor, é possível entrar em contato com a central do cartão e mudar”, afirma Cespe.

Além disso, é importante sempre conferir a fatura do cartão e ter cuidado para não usar vários cartões diferentes. “Muitas pessoas costumam fazer vários cartões de crédito. Se o consumidor em questão for do tipo que gasta desenfreadamente, isso pode ser um problema.”

As famílias brasileiras estão endividadas e muitas apelam para o crédito consignado

O crédito consignado é outra modalidade que precisa ser usada com cuidado. Muitas famílias brasileiras estão endividadas porque passam a usar a alternativa, que tem juros mais baixos, mas perdem o controle das finanças.

No caso do crédito consignado, o pagamento da parcela ocorre diretamente na folha de pagamento ou benefício do INSS. Ou seja, a parcela mensal é paga sem atrasos. Se não houver planejamento, porém, quem pegou o crédito pode se endividar. 

De acordo com Dayanne Husein, CEO da Lev, promotora de crédito, antes de contratar um consignado é preciso tomar alguns cuidados. Entre eles é preciso estar atento ao produto contratado, prazo e valor da parcela. 

Além disso, é preciso estar atento a tentativas de fraudes e ter muita cautela ao transmitir dados pessoais. “Nenhuma instituição financeira solicita devolução do crédito ao cliente. O cliente não deve realizar nenhum tipo de pagamento. Na dúvida, orientamos que entre em contato com o agente de crédito certificado ou atendimento da instituição financeira.”, explica Dayanne. 


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