Você tem dinheiro na poupança? Então é importante entender o que pode acontecer com a caderneta a partir desse mês. Nesta última quarta-feira, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou um aumento de 1,5 ponto percentual na Selic, que passa a ser de 9,25% ao ano.  Com isso, a poupança volta a funcionar na regra antiga de remuneração. Ou seja, 0,5% ao mês + TR. Você sabe o que isso significa?

Até agora, com a Selic menor que 8,5% ao ano, a caderneta vinha rendendo 70% da taxa + TR, algo em torno de 5,43% ao ano.  Já com o aumento da Selic, a caderneta passa a render 6,17% ao ano. Para os depósitos realizados até abril de 2012, quando a poupança passou a ter duas formas de remuneração, já acontecia dessa maneira independente da taxa de juros.

Apesar do aumento na rentabilidade, de acordo com Paloma Brum, analista da Toro Investimentos, tanto depósitos na antiga como na nova Poupança devem continuar perdendo para o aumento de preços, ao menos em 2021, que deve registrar inflação de 10%. Valeria, portanto, comparar outras opções de investimento conservadoras, mas com melhor rentabilidade.

Zoom de moedas sobe uma mesa, com imagem de um empresário empilhando moedas com um gráfico de lucro, mostrando o crescimento de sucesso do negócio. Imagem para ilustrar a matéria sobre poupança.

Crédito: Miha Creative/shutterstock

Remuneração da poupança deve aumentar, mas perde para inflação

No cenário atual, com a Selic menor que 8,5% ao ano, a caderneta vem rendendo 70% da taxa + TR, algo em torno de 5,43% ao ano.  Já com um provável aumento da Selic, a caderneta de poupança passa a ser remunerada pela regra antiga, como na chamada “poupança velha”. 

Isso significa que renderá 0,5% ao ano + TR. Ou seja, 6,17% ao ano. Para os depósitos realizados até abril de 2012, quando a poupança passou a ter duas formas de remuneração, já acontecia dessa maneira independente da taxa de juros.

A TR, vale dizer, é calculada pelo Banco Central e, desde 2017, está em 0%. Na prática, portanto, um investimento de R$ 1.000 na regra atual renderia R$ 54,30 e, na regra nova, R$ 61,60.

Apesar do provável aumento na rentabilidade,  neste cenário a poupança continuará perdendo para a inflação ao menos neste ano. A expectativa do mercado é que o índice de alta de preços feche em 10,18% em 2021. 

Já para 2022, acredita-se que o cenário mude um pouco com a desaceleração dos preços e continuidade da alta da Selic. Dessa forma, os investidores da poupança não perderiam para a inflação, mas, ainda assim, pode valer a pena avaliar outras alternativas de investimento conservadoras com maior rentabilidade, como CDBs, LCIs e LCAs. 

Poupança X inflação: o que avaliar

A poupança costuma ser uma porta de entrada para os investidores brasileiros e vale ter em conta que seus rendimentos são isentos de imposto de renda (IR). Ainda assim, há opções conservadoras que ganham dela e nas quais não é preciso completar o mesversário para obter o retorno. É o caso, por exemplo, dos CDBs de resgate diário com rendimento de pelo menos 100% do CDI oferecidos por instituições como o Nubank.

“Se a gente olhar para o cenário dos últimos 12 meses,  a inflação ganhou de qualquer taxa atrelada ao CDI. Ou seja, quem tinha dinheiro na renda fixa atrelado à inflação não perdeu dinheiro. Se o investidor optar por um CDI que pague 100%, já está ganhando, com a elevação da Selic, os 9,25%.”, explica Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos.

Com o aumento de juros, porém, é essencial checar o  prazo dos investimentos dos produtos, já que a poupança pode ser sacada a qualquer momento e alguns investimentos não podem. “Para quem quer investir num prazo mais longo, investimentos atrelados ao IPCA+ são ótimos, caso se possa esperar o vencimento. No próximo ano, a expectativa para a inflação está acima da meta.”, diz o especialista.


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