A invasão da Rússia à Ucrânia é o assunto mais comentado no momento, mas você pode não ter entendido ainda como um conflito que acontece em um continente tão distante pode vir a impactar o bolso e a vida dos brasileiros. Por esta razão, reunimos algumas explicações para simplificar o entendimento.

Primeiramente, entenda que o Brasil passa por um período de juros altos e alta inflação. A expectativa para o IPCA, índice que mede a alta dos preços, para 2022, já ultrapassou a meta do governo e está em 5,56%. E um dos principais componentes que afetam a inflação por aqui são os combustíveis. O petróleo, somando-se gasolina, etanol e diesel, contribui com o IPCA e já está em seu maior nível em sete anos.

E o que o conflito tem a ver com a alta do petróleo? A Rússia, no caso, é um dos maiores produtores do mundo. O país produz mais de 10 milhões de barris por dia. A produção do Brasil é de cerca de 3 milhões. Uma interrupção no fornecimento, portanto, não apenas faria o preço do petróleo no mundo aumentar ainda mais, mas afetaria até mesmo o Produto Interno Bruto (PIB) mundial. O PIB é a soma de tudo que é produzido.

moedas representando inflação em razão da invasão da Rússia à Ucrânia

Crédito: ITTGallery/Shutterstock

Invasão da Rússia à Ucrânia e alta no preço dos alimentos

A invasão da Rússia à Ucrânia não afeta apenas o preço do petróleo, mas o de outras commodities, fazendo com que aumente o preço dos alimentos que consumimos por aqui. A Rússia e a Ucrânia exportam quase um terço do trigo no mundo (28%) e um quinto do milho (18%). O Brasil importa a maior parte do trigo da Argentina, mas ainda assim poderia sofrer impactos diante de uma interrupção do fornecimento global e queda nas exportações. Pense, por exemplo, na quantidade de coisas que dependem de trigo e milho para a produção. Até mesmo o pãozinho da padaria pode ficar mais caro.

Outra questão importante é relacionada aos insumos agrícolas. A Rússia é um dos maiores exportadores de fertilizantes nitrogenados do planeta, o que impacta diretamente na produção mundial. 

Neste cenário, que levaria a uma inflação ainda maior, o movimento de queda nos juros no Brasil, que era esperado para esse ano, poderia ser freado. Hoje, a taxa Selic está em 10,75%. A expectativa do mercado até agora é que chegasse a 12% e depois começasse a cair, mas  em um cenário de conflito mundial pode ser que isso não ocorra. 

Juros altos, por sua vez, podem trazer oportunidades para quem investe. Porém, deixam empréstimos e financiamentos muito mais caros, reduzindo o crescimento da economia e prejudicando ainda mais quem precisa de dinheiro.

E com relação aos investimentos?

Do ponto de vista dos investimentos, uma inflação ainda mais alta dentro de um cenário global incerto poderia significar muitas coisas. Primeiramente, os especialistas acreditam que pode aumentar a saída dos investidores das Bolsas de países emergentes como o Brasil e aumentar a busca por dólar, que acaba sendo uma moeda forte neste cenário.

Um aumento do dólar, por sua vez, também acabaria impactando os preços de forma geral. Por exemplo, os fretes internacionais relacionados ao que precisamos importar podem ficar mais caros. 

Por outro lado, o Brasil tende a ser considerado, na visão de muitos economistas, como um produtor de commodities que pode vir a servir como opção na área agrícola neste cenário conturbado. Diante disso tudo, o mercado concorda que se torna difícil fazer previsões, por isso é preciso evitar especulações, buscar diversificar e estar atento aos movimentos.

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