O bloqueio nas rodovias é resultado das paralisações ilegais feitas por caminhoneiros e manifestantes que não aceitam o resultado das eleições. Além de problemas no trânsito, o bloqueio pode ter causado outros diversos impactos.

Associações de diversos setores da economia relatam problemas que vão da falta de combustível a atraso em vacinas, por exemplo.

Problemas que o bloqueio nas rodovias gerou e seus impactos

Estoques dos supermercados

Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Marcio Milan, até o dia 1° de novembro, mais de 70% dos supermercados em oito unidades da federação já enfrentavam problemas de abastecimento.

Os estados mais afetados foram Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, além do Distrito Federal. O destaque dos problemas de escoamento dos produtos de supermercados vai para as frutas, legumes, verduras e carnes.

Na tarde de terça-feira, de acordo com a Abras, os supermercados registraram um aumento no movimento de consumidores. O motivo é o receio de desabastecimento. Enquanto o maior problema são os alimentos perecíveis, a associação diz que as lojas têm o estoque necessário para atender a demanda por "mercearia seca" por, em média, cinco a oito dias.

Viagens canceladas

Além da dificuldade do deslocamento por ônibus, voos também foram cancelados.

Pelo menos 25 voos foram cancelados até a noite desta terça, segundo informações da GRU Airport, concessionária responsável pelo Aeroporto Internacional de São Paulo em Guarulhos.

Além da falta de combustível, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) destaca que os serviços estão sendo afetados pela dificuldade de chegada aos locais de embarque. O que afeta profissionais, tripulantes e passageiros aos aeroportos. O que pode prejudicar, até mesmo, atividades essenciais, como o transporte gratuito para o transplante de órgãos.

Produção de vacina

Uma carga com cerca de 520 mil ovos que são utilizados para a fabricação de vacinas contra o vírus H3N também ficou presa nos bloqueios. A produção fica por conta do Instituto Butantan e a carga ficou presa no interior de São Paulo na última terça-feira.

O caminhão só conseguiu seguir viagem na quarta-feira, ao meio-dia, quando a Secretaria de Segurança Pública foi acionada. Os ovos só foram entregues depois das 14h, um atraso de mais de oito horas.

O Butantan havia informado que a carga só poderia ser aproveitada se fosse entregue até o fim da manhã de terça. Após a entregue, será necessário avaliar se os ovos poderão seguir para a produção.

Caso os ovos não possam ser aproveitados, cerca de 1,5 milhão de doses da vacina contra Influenza seriam atrasadas.

Produção industrial

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) alertou para o "iminente risco de desabastecimento e falta de combustíveis, caso as rodovias não sejam rapidamente desbloqueadas", por causa do bloqueio nas rodovias.

Ainda, segundo a confederação, as indústrias já sentem os impactos no escoamento da produção. Também relatam casos de impossibilidade do deslocamento de trabalhadores.

"As paralisações também já atingem o transporte de cargas essenciais, como equipamentos e insumos para hospitais, bem como matérias-primas básicas para as atividades industriais", informou a CNI, que se declarou "veementemente contrária a qualquer manifestação antidemocrática que prejudique o país e sua população".

Um caminhão com uma bandeira do Brasil na frente, escrito


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