Descontos de até 92% e prazos de 180 dias para começar a pagar. Com essas super vantagens, seis dos principais bancos do país realizam, a partir desta segunda-feira (2) até a próxima sexta (6), um mutirão para renegociar dívidas em atraso de seus clientes. O objetivo é aproveitar a primeira parcela do décimo terceiro salário dos trabalhadores e a baixa da Selic para reduzir o endividamento da população e estimular o crédito.

Mas o que, para alguns, pode ser uma excelente oportunidade de entrar o ano no azul, para outros pode representar uma porta aberta para contratação de novas dívidas. De acordo com o especialista da MAG Investimentos, Hirbis Girolli, é muito comum que uma pessoa que acaba de quitar as dívidas volte a se endividar. Na opinião do especialista, isso acontece pela força do que chamou de um “hábito ruim”.


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“É quase um vício”, explica Girolli. “Somos seres de hábitos e a dívida vira uma espécie de hábito, um hábito ruim. Então a pessoa entra naquele ciclo do autoengano por ter limpado o nome e renegociado a dívida. Daqui a pouco ela encontra outro motivo muito importante, na visão dela, para se endividar de novo”, diz.

Ele lembra que uma vasta literatura já foi produzida sobre o tema e que a persistência desse “hábito ruim” geralmente está ligada a questões emocionais e psicológicas. “Não tem a ver com questões racionais, práticas, de necessidade. Tem muito mais a ver com recompensas psicológicas e emocionais que a pessoa acaba ganhando quando ela consome além do que ela pode consumir”, analisa.

A pedido do portal do Instituto de Longevidade, Girolli dá três dicas para que quem acabou de se livrar das dívidas não volte a se endividar. Confira abaixo.

Dicas para não precisar mais renegociar dívidas

Gastar bem

Mapear a renda serve para saber como você está gastando o seu dinheiro. “Nem precisa se preocupar de forma exagerada, por exemplo, se consumiu uma bala ou um café”, esclarece Girolli. “Falo dos grandes gastos, das grandes parcelas”. Ele orienta que todos esses gastos devem ser anotados diariamente em uma planilha.

Girolli diz que não é proibido fazer dívida, desde que seja uma dívida positiva, que vai possibilitar um aumento na renda a médio prazo como, por exemplo, as dívidas com educação. “Mesmo assim, ela deve ter um tamanho muito modesto em relação à sua renda líquida total, que recomendamos que seja de no máximo 5%”.

Poupar certo

Poupe pelo menos 10% da sua renda líquida para fins de longo prazo. “Seria uma poupança meio que inegociável, porque a longevidade está aí, a pessoa vai viver mais. Então ela precisa salvar 10% da sua renda líquida e esquecer daquele dinheiro”, complementa o especialista. Esse valor pode ser investido com a orientação de um especialista ou guardado em uma aplicação de renda fixa que tenha um rendimento superior ao da caderneta de poupança, por exemplo. Tudo isso vai variar de acordo com o perfil de cada pessoa.

Ganhar mais

De acordo com Girolli, você pode dispor de até 30% da sua renda líquida para fazer o que quiser. Mas sempre que surgir alguma necessidade que ultrapasse esse percentual, a compra deve ser adiada até que se tenha aquele valor disponível para gastar. “Quando tiver que fazer alguma compra que não caiba nos 30%, como uma viagem ou a troca do carro, inverta a ordem das suas ações”, recomenda Girolli. “Em vez de se endividar para realizar, poupe para realizar”.

Segundo o especialista, uma das formas de conseguir sucesso nessa estratégia é abrir várias contas, sendo uma para cada finalidade. “Por exemplo, você pode abrir uma conta com o nome ‘viagem para a praia’ e outra com o nome ‘carro novo’. E aí você vai guardando e acumulando o dinheiro, até mesmo para saber se é aquilo que você realmente deseja fazer com o que conseguir juntar. Várias plataformas digitais já possibilitam você guardar dinheiro assim, dividindo por metas e sonhos”, conclui.

Girolli garante que, ao seguir essas três dicas de forma disciplinada, depois de algum tempo, será possível substituir o hábito ruim do endividamento recorrente pelo hábito bom da poupança e do planejamento financeiro.

O resultado é a substituição da recompensa psicológica que vem com o consumo imediato pela recompensa de ver um crescimento das suas finanças. “A pessoa que cresce financeiramente fica mais autoconfiante e com autoestima elevada. Ela se torna uma pessoa mais forte”, observa Girolli.

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