A palavra em evidência atualmente para todos aqueles que desejam aumentar seu rendimento é investimento. Afinal, investir é sinônimo de dinheiro. No entanto, é preciso tomar bastante cuidado, pois se não for feito com atenção, conhecimento e prudência, o investimento pode provocar mais prejuízos que benefícios.

Investir significa, basicamente, fazer com que seu dinheiro renda mais e se multiplique. É desembolsar um determinado valor com a expectativa de ganhos futuros, que ocorre por causa dos juros compostos. Assim como acontece com uma dívida, os juros fazem com que a quantia investida aumente ao longo de um determinado período. Ou seja, a soma final depende do tempo em que o dinheiro ficou no fundo de investimento e do valor dos juros cobrados.


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Por parecer um ganho fácil, muitas pessoas optam por esse método para conseguir juntar algumas moedas a mais no bolso. Tendo em vista as mudanças que estão ocorrendo na Previdência, investir pode ser também uma opção para quem teme se aposentar depois do previsto.

Porém, existem alguns erros que vários investidores iniciantes tendem a cometer, principalmente pela falta de conhecimento em administrar as próprias finanças. De acordo com Patrícia Marinho, especialista em reeducação financeira, temos dificuldade em gerir nosso dinheiro principalmente porque isso não faz parte da nossa cultura e não temos educação financeira nas escolas. “O dinheiro não deve ser visto como maldito”, afirma. “A culpa é sempre de quem não sabe usar o dinheiro, e não do dinheiro em si”.

Por isso, trouxemos algumas dicas para ajudar você a não errar na hora de investir e saber com toda a clareza qual a melhor oportunidade para o seu dinheiro.

Principais erros na hora de fazer um investimento

Não saber qual é o seu perfil de investidor

Não saber seu perfil de investidor significa desconhecer qual o melhor tipo de investimento para você. Existem inúmeras formas de fazer com que seu dinheiro renda mais, mas antes é preciso descobrir o que você espera com isso. “Precisamos entender no que estamos investindo”, diz Patrícia.

Você prefere ter mais segurança na hora de investir ou não se preocupa em arriscar caso o valor resultante no final seja maior? Deseja retirar o dinheiro quando quiser ou não se importa em deixá-lo parado por mais tempo no fundo? 

Saber a resposta para essas perguntas é fundamental na hora de escolher um tipo de investimento. Se optar por aquele que não combina com as suas vontades, corre o risco de se frustrar. Por isso, conhecer muito bem suas opções e saber que cada tipo de investimento tem uma peculiaridade é fundamental para não errar e acabar perdendo no final.

investimentoCrédito: fizkes/shutterstock

A bolsa de valores, por exemplo, exige um estudo maior. Seus investidores precisam acompanhar as notícias e estar sempre muito bem atualizados. “Por que acontecem as quedas na bolsa? Hoje, no Japão, é por causa do coronavírus. As bolsas internacionais já sofrem com as implicações da doença”, explica a especialista financeira. Qualquer mudança pode afetar seu investimento nesse caso, então você precisa estar preparado para isso e saber como reagir.

Esquecer das tarifas cobradas por bancos ou corretoras

“Sempre veja a tarifa do banco ou da corretora”, enfatiza Patrícia. Ela explica que a maioria das pessoas (principalmente as mais idosas) ainda investe em poupança, mas se esquece que os bancos cobram tarifas para tal.

Ela alerta que é importante pesquisar e analisar as tarifas cobradas por outras instituições para saber se você está no melhor lugar ou se consegue investir seu dinheiro por um custo menor. Para a especialista, mesmo que a diferença entre as taxas seja pouca, é importante tentar um novo acordo ou até mesmo mudar para um banco que ofereça um custo-benefício maior.

“Afinal, R$ 2 por mês pode valer muito no final do ano. Infelizmente, não temos essa cultura de juntar os centavos por dia”, afirma. “Lembre-se que é por causa dos centavos que as mega empresas estão ricas”. Ou seja, cada centavo guardado pode valer muito no futuro.

Ignorar os prazos do investimento

Alguns tipos de investimento também cobram taxas de administração em caso de retirada de dinheiro. Ou seja, quando investir, trace um plano e tenha em mente o prazo que gostaria de deixar seu dinheiro rendendo. 

Se surgir uma emergência e você precisar usar esse dinheiro, vai precisar pagar um valor extra para tê-lo em mãos, atrapalhando o seu orçamento. “Afinal, os fundos de investimento de médio e longo prazo não servem como fundo de reserva”, pontua Patrícia.

Para ilustrar, a especialista cita um exemplo bem prático. Imagine que o seu carro quebrou, você não tem de onde tirar dinheiro para consertá-lo e sua única opção é mexer naquele que está investido. “Você pode tirar o dinheiro, mas terá que pagar uma taxa de administração em cima da retirada. Além disso, ele vai deixar de render”. 

Ou seja, se você planejava conseguir um determinado valor ao investir, agora terá menos do que o previsto. Por isso, é importante se planejar bem e considerar todos os aspectos do investimento que deseja fazer. 

Deixar de traçar metas para seu dinheiro

Será que você precisa realmente de mais uma blusinha, mesmo que custe pouco? Para Patrícia, é importante definirmos prioridades para nosso dinheiro e pensarmos bem como gostaríamos de usá-lo de fato. “O dinheiro precisa ter uma meta, senão você acaba gastando sem pensar”, afirma. 

Ela sugere dar um nome para esse dinheiro, refletindo o sonho por trás dele. Pode ser o país para onde deseja viajar, a bolsa que gostaria de comprar ou o curso que pensa em fazer. Se não definir para onde vai o dinheiro, pode acabar gastando-o sem perceber. “Chega o final do mês e você não sabe para onde foi”, argumenta a especialista. 

Às vezes a economia de um dia pode parecer pouca coisa, mas também pode representar uma soma significativa ao final de um mês ou de um ano. “Será que você precisa comprar tudo isso mesmo? Vivemos num ritmo muito acelerado, mas às vezes conseguimos viver com o mínimo”, reflete Patrícia. E esse mínimo pode fazer a diferença na hora de você realizar seu sonho.

Uma dica: anote tudo em um caderninho e não perca de vista nem mesmo seus menores gastos.

Achar que precisa de muito dinheiro para investir

É fato que muitas pessoas deixam de investir porque acreditam que não possuem uma quantia suficiente para tal. Porém, este é um dos principais erros que um investidor iniciante pode cometer. “As pessoas podem investir pouco”, defende a especialista.

A dica é analisar o quanto você pode juntar por mês para investir. Entenda quais são os seus custos fixos mensais e o quanto você precisa salvar para gastar no dia a dia. Tire o valor que não vai prejudicar o seu orçamento, mas que poderá ajudá-lo a conquistar algo.

A poupança é um bom investimento?

A poupança rende pouco, é verdade. No entanto, Patrícia explica que é um investimento seguro e uma opção mais favorável do que deixar o dinheiro em casa. Apesar de ter um rendimento menor, você não precisa pagar imposto para retirar o dinheiro, ao contrário dos outros tipos de fundo. Por isso, é uma alternativa viável para aqueles que querem investir, mas não podem ficar com essa renda parada em caso de necessidade.

“O importante é não deixar o seu dinheiro em casa, porque em algum momento você vai gastá-lo”, diz a especialista. “E se houver uma emergência? Se você não tiver um equilíbrio emocional, acaba gastando”. 

Além disso, se você deixar o dinheiro em casa, o quanto ele vai render? Provavelmente nada. “Só o fato de tirar o dinheiro e colocá-lo em um lugar já garante um lucro. Por isso, não tenha medo de investir. Coloque seu dinheiro pelo menos na poupança, pois ali ele será valorizado”, finaliza Patrícia.

Aprendizados de quem investe há anos

Arthur Maldonado, analista de inteligência do Grupo Globo, aprendeu sozinho a fazer investimentos. Por causa disso, sabe muito bem quais são os principais erros que um investidor iniciante deve buscar evitar.

“Comecei a investir há alguns anos, quando minha mãe ia se aposentar. No entanto, devido a uma mudança na lei, ela percebeu que teria que contribuir por mais tempo do que estava previsto para ter 100% do que planejava receber”, conta Arthur. 

Nesse momento, ele entendeu o quanto uma “canetada” poderia mudar seu destino. “Após aprender um pouco mais, vi que o cenário que projetamos para daqui a algumas décadas ficará ainda mais complicado. Isso me fez começar a estudar sobre investimentos, começando pela alfabetização financeira”.

Hoje, Arthur investe em criptomoedas e na Bovespa, focando em ações de baixo valor de mercado. Após alguns anos, tem algumas dicas para quem quer começar a investir agora:

  • Junte um fundo de segurança, de um a dois salários, pelo menos;

  • Tenha um controle financeiro e saiba o quanto gasta para conseguir avaliar o quanto realmente pode investir;

  • Não entre em plataformas novas e consideradas milagrosas;

  • Não siga aqueles que se chamam “gurus”.

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