Engana-se quem pensa que uma sala de aula repleta de pessoas com mais de 50 anos de idade só é encontrada em universidades da terceira idade. Com a maior expectativa de vida dos brasileiros, muitos profissionais prolongam o período útil no mercado, não só como trabalhadores, mas também como empreendedores.

Com o objetivo de formar empresários bem sucedidos, o portal OPA organiza regularmente cursos de capacitação sobre educação financeira para esse público, empreendedores com mais de 50 anos. Na semana passada, um grupo de 20 pessoas – formado em grande parte por mulheres – participou de palestras com dois especialistas na área.

A tarde de ensinamentos na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (USP-Leste) terminou com uma aula divertida de reconhecimento corporal e dança de merengue.

Na palestra "Educação Financeira – Ainda Dá Tempo?", o jornalista Jorge Felix, autor do livro "Viver Muito", discutiu como o capital pessoal pode ser usado como estratégia e posicionamento no mercado. E incentivou os participantes a apresentar seus negócios aos demais para que novas parcerias fossem criadas entre eles.

“Há um mundo de oportunidades abertas para profissionais da terceira idade. Basta que o mercado e, principalmente, eles mesmos se valorizem. A imagem de pessoas de idade jogando dominó no quintal está com os dias contados!”.

Com a temática "Como Cuidar das Finanças da Empresa", o publicitário André Zaffani abordou a importância da organização financeira para o sucesso dos negócios. Para ele, empreendedores com mais de 50 anos costumam apostar com mais assertividade no setor de serviços devido à experiência que conquistaram ao longo da vida profissional.

"Os empreendedores seniores abriram as portas do mercado para eles mesmos depois que o mercado de trabalho as fechou. E o grande diferencial deles está em se posicionarem pelo valor do serviço, por sua qualidade e excelência.”

“Eu me reinventei para continuar no mercado e ser feliz"

Rogéria Maciel, 57 anos, é uma dessas empresárias que afirma oferecer um serviço de primeira qualidade para ter uma clientela cativa. Formada em arquitetura, deixou a sociedade em uma empresa de produção de bijuterias finas para estudar moda e criar uma consultoria de acessórios que leva seu nome.

"Vender acessórios é fácil. Vender acessórios com estilo e valor agregado é outra coisa. Além de indicar o melhor uso das bijuterias, ofereço meus próprios produtos. Eu me reinventei para continuar no mercado e ser feliz", afirma.

No mesmo caminho da inovação, a ex-secretária executiva Mônica Machado, 56 anos, conta que está em busca de capacitação para profissionalizar sua empresa de bolos artesanais, chamada Mônica Wright (seu nome do meio). "Cursos e seminários me motivam a continuar ativa porque me dão as ferramentas que preciso para continuar com as mãos na massa e conseguir ganhar dinheiro ao mesmo tempo.”

Com pouca experiência em gestão, mas resgatando o sonho de infância de trabalhar com culinária, ela confessa que gerenciar sua confeitaria teria seria muito mais fácil se tivesse aprendido a teoria básica de empreendedorismo e finanças na juventude. Para diferenciar-se da concorrência, aposta em parcerias com pequenas empresas, uso de ingredientes de primeira qualidade e investimento em redes sociais para se tornar conhecida.

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