Trabalhar de casa. Já pensou nisso? Há uma série de pontos positivos, seja para o profissional, seja para a empresa.

Do lado do profissional, os ganhos estão essencialmente num quesito cada vez mais valorizado: qualidade de vida. A lista é grande, segundo Marina Sell Brik, 33 anos, especialista em home office com cinco livros publicados sobre o tema e cocriadora do site Go Home, que reúne dicas sobre o teletrabalho.

Além de manter a remuneração, “ele tem menos estresse, mais saúde, mais satisfação, mais contato com familiares e amigos e frequentemente retoma a prática de algum esporte ou hobby”, afirma.

Do lado da organização, há uma redução de custos, já que ela terá uma pessoa a menos em seu dia a dia.

Se trabalhar a distância ainda não é uma realidade na empresa, sempre é possível apresentar a ideia como uma alternativa. “Sempre recomendamos que a companhia comece com um projeto piloto, para testar a rotina de trabalho remoto e, depois, parta para um programa mais consolidado. Falar com o gestor é um ótimo primeiro passo.”

Quando a companhia já é adepta da prática, tudo fica mais fácil. Principalmente se sua atividade combina com esse tipo de trabalho, como trabalhos intelectuais que não exijam atendimento ao público nem interação constante com colegas.

Uma vez em casa, com o local de trabalho já montado e delimitado, a preocupação passa a ser com a adaptação à nova rotina.

Maturidade para gerenciar o tempo, disciplina e aprender a não deixar a rotina da casa invadir o trabalho e vice-versa são fundamentais, juntamente com a habilidade no uso de ferramentas como o Skype.

Além disso, é preciso não se descuidar do aprendizado. “Estar atualizado permanentemente é essencial mesmo trabalhando de casa. Aprender não é mais só fazer faculdade ou MBA. É domínio de conteúdo”, recomenda a consultora Eline Kullock, 61 anos, sócia da multinacional de recrutamento Stanton Chase.

“Pessoas com mais de 50 anos têm de entender que não precisam estar na escola fisicamente, podem fazer cursos on-line para não perder contato com novidades tecnológicas, por exemplo”, recomenda.

O perfil pessoal de cada um pesa nessa hora. Mas isso não é determinante para obter sucesso na empreitada, acredita Brik. “Se você é mais focado e consegue trabalhar sem um chefe do lado, o home office é uma boa para você. Mas, mesmo desorganizado ou indisciplinado, você pode encontrar mecanismos para render mais em casa”, afirma.

Para fazer a tentativa, no caso de não estar ligado a uma organização, procure começar com aquilo que você sabe fazer, converse com antigos empregadores, que podem se tornar seus próximos clientes.

“É possível dar aulas, prestar consultorias e tudo a distância”, enumera a especialista em home office. E emenda: “Não é preciso mais sair de casa para produzir, e isso é bom para todos: para o trabalhador, para a cidade, que fica menos congestionada, e para o cliente, que pode receber a experiência de alguém de uma forma prática”.

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