Depois de trabalhar a vida inteira como empregado e conseguir juntar uma razoável quantia para curtir a aposentadoria, surge aquela dúvida sobre o que fazer com o dinheiro: viajar é sempre uma boa opção; investir e mexer somente no lucro também é uma opção muito atrativa; agora, que tal abrir um negócio próprio?

Num país onde a expectativa de vida é de 75,5 anos, e com as mudanças que certamente serão implementadas na Previdência Social pelo governo nos próximos anos, torna-se cada vez mais importante pensar num complemento de renda para o seu período de aposentadoria. E este certamente deve vir acompanhado pelo prazer de se fazer o que a gente realmente gosta, trabalhar com aquilo que te faz feliz.

A cada ano, mais e mais pessoas seguem esse conselho e se tornam empreendedores. As razões vão desde realizar o sonho de abrir um negócio próprio, passando pelo desemprego, pela insatisfação no trabalho ou porque vislumbraram uma oportunidade incrível. E embora a economia esteja passando por um momento instável, ainda em recuperação e sem muitas perspectivas boas para o próximo ano, economistas ainda insistem na velha máxima de que “crise é sinônimo de oportunidade”.

A consultora Juliana Dantas é uma especialista na abertura de novos negócios. Para ela, os empreendedores precisam ficar atentos a alguns pontos importantes, principalmente quando se trata de franquias. O primeiro passo, segundo a especialista, é espantar a euforia, o entusiasmo e fincar os pés no chão. Saber que ao adquirir uma franquia você terá um vínculo e custos fixos com a franqueadora.

“É importante saber se você perfil para seguir padrões e regras que muitas vezes você não concorda, e que, embora o negócio seja seu, terá que prestar contas ao franqueador mensalmente”, explica Juliana. Ela destaca que muitas vezes, na ânsia de abrir um novo negócio, pessoas acabam por optar pela primeira oportunidade que aparece. “Cuidado com promessas de negócios do outro mundo. Escolha uma marca ou um segmento que você acredita, que gosta e tem afinidade. Vale estudar a missão, a visão e os valores dessa marca. Conversar com outros franqueados, principalmente os mais antigos, também é uma boa ideia para conhecer os prós e contras da relação franqueado x franqueador”, conta.

Veja abaixo alguns negócios que estão sendo considerados os mais promissores para 2018:

  • Em primeiro lugar vem o ramo de Alimentação Alternativa. A matéria-prima se tornou bem mais acessível nos últimos anos, o que fez com que o mercado crescesse. Pessoas passaram a investir em produtos diferenciados, grande parte voltados para os frequentadores de academia, o chamado mercado fitness. Um bom exemplo são as sopas frias, orgânicas e sem aditivos, que unem praticidade com a nutrição adequada. São os alimentos funcionais, saudáveis e ricos e nutrientes ou produtos sem glúten, sem lactose e livres de outros alergênicos. Sua saúde agradece!

“É importante saber se você perfil para seguir padrões e regras que muitas vezes você não concorda”

  • O segundo mercado de maior destaque é o de Microcervejarias. Em todos os estados brasileiros, é cada vez maior o número de pequenos fabricantes, artesanais ou não, e de estabelecimentos que oferecem uma infinidade de rótulos. Só em 2016, o mercado cresceu 39,6%, com a abertura de 148 novos negócios e a produção de mais de 13 bilhões de litros de 9.314 rótulos diferentes. Já no primeiro semestre de 2017, o crescimento foi de 17,5%, com 91 novas fábricas. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Brasil chegou a 610 cervejarias e 7.500 rótulos. A expectativa é que esse número cresça ainda mais com a possibilidade de adesão ao Simples a partir de 2018.
  • Outro mercado que vem ganhando espaço é o de Food Trucks, nicho do segmento de alimentos que virou uma febre por sua praticidade. A não necessidade de um estabelecimento/prédio físico é traduzida em uma grande economia. E aí a principal estrela do negócio é a criatividade do dono para arrasar nos sanduíches, crepes, espetinhos e caldos, entre tantas outras opções. Nos últimos anos, o conceito também chegou a outros segmentos como o de vestuário, beleza e atendimento a pets. Contudo, a grande quantidade de empreendedores no segmento, os altos preços praticados e o despreparo de muitos que se aventuraram na cozinha sobre rodas levou a uma queda no faturamento e a uma leve retração no mercado. Mas como em qualquer segmento, sobrevive quem tem criatividade. Por isso, inove sempre!

“Conversar com outros franqueados, principalmente os mais antigos, também é uma boa ideia para conhecer os prós e contras da relação franqueado x franqueador”

  • Com a crise, os brasileiros passaram a aproveitar mais os bens disponíveis e a evitar coisas descartáveis. A substituição do produto quebrado por um novo, tão comum nas últimas décadas, começou a perder espaço para os profissionais de Reformas, Consertos e Pequenos Reparos. Hoje, em muitos casos, vale mais a pena reformar ou consertar algo do que investir num novo. É que o que chamamos de consumo consciente! Segundo a Associação Brasileira de Pós-Vendas em Eletrônicos (Abrasa), no primeiro semestre deste ano, houve uma alta de 30% no conserto de eletrodomésticos e eletroeletrônicos. A entidade estima que o setor deva fechar o ano com um crescimento de 16,17% em relação ao ano anterior, com faturamento saindo de R$ 2,04 bilhões para chegar a R$ 2,37 bilhões.
  • E você se lembra de quando diziam que uma empresa, para falar com o mercado, precisava ter uma página na internet? Pois é, depois vieram as redes sociais e com elas a necessidade de as empresas terem um perfil numa dessas redes. Mantendo o ritmo da evolução e da inovação, o mercado de Desenvolvimento de Aplicativos para Celular (APPs) também tem crescido bastante nos últimos anos, e analistas apostam que este é o caminho para que sua empresa continue a falar com o mercado: ter o seu próprio APP. O ano de 2016 terminou com 149,3 bilhões de downloads de aplicativos mobile, um recorde que deve ser superado com folga este ano — a previsão é que 2017 chegue ao fim com 197 bilhões de transferência. Para 2021, a projeção é ainda mais animadora e deve fechar em 352,9 bilhões, mais que o dobro da marca do último ano.
  • Por último, e não menos importante, vem o segmento de Pet Shops. O mercado, mesmo com um grande número de concorrentes, não apresenta sinais de retração para o próximo ano, por isso tornou-se uma boa aposta para os empreendedores. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação, somente em 2016 esse setor movimentou o equivalente a R$ 18,9 bilhões. Mas para se destacar com tanta concorrência, o empresário deve oferecer comodidade e novos produtos e serviços ao consumidor. Banho e tosa são os serviços básicos que, por si só, já não sustentam o empreendimento. Para se destacar, lojas vêm oferecendo acupuntura e até fisioterapia na água para reabilitação dos animais, além de serviços de estética como escovação de dentes, hidratação de pelo, corte de unhas e, pasmem!, ofurô com massagem e pétalas de rosa. No ramo da criatividade, o céu é o limite!

Seja qual for a sua escolha, a opinião dos especialistas é unânime: se você quer abrir um negócio próprio, a hora é agora!

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