O índice de desemprego foi recorde em 20 estados do Brasil no ano de 2020, afirma o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em um ano, a população empregada caiu 7,3 milhões no país.

Com isso, pela primeira vez, menos da metade da população em idade para trabalhar estava ocupada no Brasil. O nível de ocupação em 2020 foi de 49,4%.

Os dados do IBGE fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). A divulgação ocorreu na manhã desta quarta-feira (10).

As maiores taxas médias de desemprego foram registradas no Nordeste. As menores, no Sul. As maiores taxas foram identificadas nos seguintes estados:

  • Bahia – 19,8%
  • Alagoas – 18,6%
  • Sergipe – 18,4%
  • Rio de Janeiro – 17,4%

Apenas sete estados não bateram recorde na taxa de desemprego média do ano: Pará, Amapá, Tocantins, Piauí, Pernambuco, Espírito Santo, e Santa Catarina.

Altos índices de desocupação foram alavancados por impacto sobre trabalhadores informais | Foto: Nelson Antoine/Shutterstock

Altos índices de desocupação foram alavancados por impacto sobre trabalhadores informais | Foto: Nelson Antoine/Shutterstock

Impacto sobre trabalhadores informais alavancou índices de desemprego

Segundo o IBGE, a queda da ocupação está fortemente relacionada à pandemia da Covid-19 e disseminada por todos os trabalhadores. Um dos fatores que puxou o índice foi o impacto da pandemia nos trabalhadores informais.

Os informais são os trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar.

Em 2020, a taxa média de informalidade recuou, passando de 41,1% em 2019 para 38,7% em 2020. O índice representa um total de 39,9 milhões de pessoas que perderam as ocupações nos trabalhos informais.

“A queda da informalidade não está relacionada a mais trabalhadores formais no mercado. Está relacionada ao fato de trabalhadores informais terem perdido sua ocupação ao longo do ano. Com menos trabalhadores informais na composição de ocupados, a taxa de informalidade diminui”, explicou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, lembrando que informais foram os primeiros atingidos pelos efeitos da pandemia.

Analista do IBGE Adriana Beringuy explica pesquisa do PNAD que mostra índices de desemprego em 2020 | Foto: Divulgação/IBGE

Analista do IBGE Adriana Beringuy explica pesquisa do PNAD que mostra índices de desemprego em 2020 | Foto: Divulgação/IBGE

Dados mostram cenário do desemprego no 4º trimestre de 2020

Os dados divulgados nesta quarta-feira trouxeram informações referentes ao quarto trimestre de 2020. Conforme aponta o IBGE, nesse período, a taxa de desocupação – que recuou para 13,9%, depois de atingir 14,6% no terceiro trimestre, o maior patamar já registrado na comparação trimestral – reduziu apenas em cinco estados, ficando estável nos demais.

No 4º trimestre de 2020 a taxa de desocupação entre homens e mulheres ficou em 11,9% e 16,4%, respectivamente. Veja outros indicadores:

Taxa de desemprego no 4º trimestre de 2020 por raça:

  • Pretos – 17,2%
  • Pardos – 15,8%
  • Brancos – 11,5% (abaixo da média nacional)

Taxa de desemprego no 4º trimestre de 2020 por idade:

  • De 14 a 17 anos - 42,7%
  • De 18 a 24 anos - 29,8%
  • De 25 a 39 anos - 13,9%

Taxa de desemprego no 4º trimestre de 2020 por nível de instrução:

  • Ensino médio incompleto - 23,7%
  • Superior incompleto - 16,9%
  • Superior completo - 6,9%

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