O surto de sarampo que se instalou com maior intensidade em São Paulo tem tirado o sono de autoridades dos estados vizinhos. Até o momento, 1.319 casos foram confirmados em todo o estado – 967 só na capital –, segundo último boletim da Secretaria de Saúde.

No início de agosto, o Rio de Janeiro entrou em estado de alerta, com ações para reforçar a vacinação nos postos de saúde e de conscientização da população. Panfletos informativos estão sendo distribuídos em terminais rodoviários e aeroportos. Desde o início do ano, o estado registrou 13 casos de sarampo. O baixo número é atribuído à campanha realizada em 2018, que conseguiu vacinar 95% da população-alvo (pessoas de 1 a 49 anos).

De acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, o Pará contabilizou 53 doentes e, juntos, os estados de Minas Gerais, Amazonas, Roraima e Santa Catarina registraram outros 426 casos. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal investiga cinco casos de sarampo na capital e o Espírito Santo confirmou o primeiro caso em seis anos.


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A população-alvo das campanhas de vacinação em todo país estão na faixa etária dos 15 a 29 anos, além de bebês com menos de 1 ano. Mas vale lembrar que pessoas com idade entre 30 e 49 anos que nunca foram vacinadas contra o sarampo devem receber pelo menos uma dose da vacina. Isso porque, nas décadas de 1970 e 1980, a rotina era vacinar as crianças aos nove meses de idade. Chamada de “dose zero”, a dose não conta para as autoridades de saúde. Por isso, é importante que pessoas nascidas nessas décadas que não tomaram uma segunda dose depois de um ano de idade procurem um posto agora para receber a vacina.

“Se não têm registro ou confirmação, devem se vacinar. Se já tinham tomado a dose e se vacinarem de novo, não faz mal”, declarou Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunização, em entrevista ao Jornal Metro.

Informações sobre o sarampo

Doença infecciosa aguda, de natureza viral, altamente contagiosa e que pode ser contraída por pessoas de qualquer idade, o sarampo havia desaparecido do país desde o ano 2000. A contaminação acontece diretamente de pessoa para pessoa, por meio das secreções expelidas pelo doente ao tossir, espirrar, respirar e falar.

Seus primeiros sintomas são facilmente confundidos com os de uma gripe: febre acima de 38,5°, com duração de quatro dias a uma semana. Dor na garganta, tosse seca e persistente, dor muscular e cansaço excessivo também são sintomas comuns.

sarampo

Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

Após 10 dias, é comum o aparecimento de manchas avermelhadas e sem relevo na pele, que começam no rosto e atrás das orelhas e logo se espalham por todo o corpo, além de manchas brancas na boca. O paciente também pode apresentar quadros de irritação ocular (conjuntivite), coriza e congestão nasal.

Em alguns casos, o problema pode se agravar e causar infecções respiratórias, otites, diarreia e algumas doenças neurológicas, como a encefalite (inflamação no cérebro). Nesse último caso, pode haver sequelas como cegueira, surdez, retardo no crescimento e diminuição da capacidade cognitiva, podendo ainda levar à morte do paciente.

Tratamento e prevenção

A forma mais eficaz de se manter imune ao sarampo é tomar a vacina tríplice viral, que também protege contra caxumba e rubéola. Para isso, basta se dirigir ao posto de atendimento mais próximo à sua residência.

Não existe tratamento para o sarampo. O paciente infectado é orientado a fazer repouso, manter-se hidratado e evitar contato com outras pessoas para evitar a proliferação da doença. Em caso de febre, um médico deve ser consultado.

E quem deve tomar a vacina contra o sarampo?

Qualquer pessoa que nunca tenha tomado a vacina ou que não tenha certeza se já tomou ou não. A vacinação deve acontecer aos 12 meses de vida (tríplice viral) e aos 15 meses (tetra viral). Pessoas de 10 a 29 anos que não tomaram a vacina quando crianças precisam receber duas doses da tríplice viral. Já para as pessoas entre 30 e 49 anos, a dose é única. Até o momento, maiores de 50 anos não precisam tomar a dose da vacina.

Autoridades de saúde alertam que quem já tomou as duas doses não precisa ser vacinado novamente, mesmo diante de um surto da doença. Quem já teve a doença também está dispensado, pois o organismo já criou resistência ao vírus.

Ainda vale lembrar que a vacina não é indicada para pessoas alérgicas a ovo, gestantes, pessoas em tratamento quimioterápico, portadores de HIV, transplantados de medula óssea, pessoas que tomam altas doses de corticoides e bebês com idade inferior a 6 meses.

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