Uma pesquisa realizada pelo programa ARCAD com 5.289 pessoas de todo o mundo pode mudar a orientação para o tratamento de câncer colorretal em pacientes com mais de 60 anos. O estudo contou com a participação do oncologista Paulo Hoff, presidente da área de Oncologia da Rede D’OR e professor de Oncologia da USP. Ele foi único brasileiro no grupo formado por cientistas de diferentes países da América, Europa, Ásia e África.


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O trabalho teve como objetivo analisar a evolução dos tratamentos recebidos pelos pacientes ao longo da história natural da doença. Dessa forma, os pesquisadores conseguiram perceber as diferenças entre as abordagens destinadas a pessoas de várias idades.

Pessoas com mais de 60 anos devem receber tratamento para o câncer colorretal

A primeira conclusão à qual chegaram é a de que os pacientes mais velhos tendem a ser menos tratados do que os mais jovens. Como o câncer colorretal é uma doença que não tem cura, é preciso controlá-lo por meio de diversos tratamentos. Quando um deixa de fazer efeito, deve-se passar para o próximo. Assim, é possível continuar cuidando do paciente por vários anos, mesmo que o câncer não seja curado.

Hoff afirma que, no entanto, as chances de um paciente continuar a terapia diminuem 11% a cada década adicional de vida. Ou seja, quanto mais velha for uma pessoa, menos chances terá de continuar o tratamento desse tipo de câncer. De acordo com o oncologista, isso poderia ser explicado pelo fato de que muitos médicos acreditam que não existem benefícios em continuar a tratar pessoas idosas e não valeria a pena expô-las a novos métodos de cuidado.

Entretanto, a pesquisa mostra justamente o contrário. Após analisar os mais de 5 mil pacientes, a equipe concluiu que não há justificativas para evitar o tratamento de pessoas mais velhas. “Os idosos têm os mesmos benefícios que os mais jovens ao receber os tratamentos de câncer colorretal”, afirma Hoff. “Se uma pessoa estiver em boas condições, ela deve ser tratada. Não podemos deixar de tratar ninguém baseado apenas na idade”.

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