Quem já teve confirma: pedra nos rins provoca uma dor insuportável. Até que ela seja eliminada na urina, o desconforto pode levar horas ou mesmo dias. A boa notícia é que um estilo de vida saudável – com exercícios físicos regulares, hidratação e menos alimentos industrializados – pode evitar o problema.     

Também chamada de cálculo, a pedra nos rins se forma a partir do acúmulo de cristais existentes na urina. “A alta concentração de substâncias como cálcio, oxalato e ácido úrico, somada à falta de líquido suficiente para diluí-la, cria o ambiente perfeito para o seu desenvolvimento”, explica a médica nefrologista Mariana Menegusso Nogueira.

A incidência da doença vem aumentando com o passar do tempo. “O número de casos triplicou nos últimos 40 anos, crescendo em paralelo à epidemia de obesidade”, alerta a especialista. Homens acima de 30 anos são os mais propensos a desenvolver a doença.


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Além do excesso de peso, outros fatores de risco são colesterol alto, hipertensão, resistência do organismo à insulina e histórico da doença na família.

Hábitos como a baixa ingestão de água e dietas com excesso de proteína, sal e açúcar também aumentam as chances de desenvolver pedra nos rins, podendo chegar a 94% entre pessoas que já sofreram dela em algum momento.

Para evitar que surjam novos cálculos, a melhor opção é promover mudanças no estilo de vida. “Boa parte dos fatores de risco são modificáveis e estão nas próprias mãos dos pacientes – e na boca também”, garante Mariana.

As adequações, porém, precisam ser feitas sob cuidados médicos. “De acordo com o tipo de cálculo – verificado por meio de exames de cristalografia ou de estudos metabólicos –, se dão recomendações específicas e individualizadas”, afirma a médica nutróloga Isolda Prado, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).

Confira, a seguir, as principais orientações e dicas de prevenção.

Pedra nos rins: sintomas e tratamentos

Ter pedra nos rins geralmente não dói. “O que causa a dor – que começa na região das costas, se estende pela lateral do abdome e irradia até a região genital – é a tentativa do cálculo de sair pelo ureter em direção à bexiga”, explica a nefrologista.

Também é possível sentir náuseas, vomitar, ter dor para urinar e apresentar urina de cor escura ou avermelhada.

Para descobrir por que os cálculos estão se formando nos rins, é importante consultar um nefrologista. Caberá a ele fazer um estudo das próprias pedras ou do metabolismo do paciente, receitar medicações para facilitar a eliminação de cálculos pequenos e inclusive prescrever remédios para evitar novas cristalizações.

A dor, que tende a ser de curta duração, só perdura se a pedra ficar presa no ureter. “Quando se trata de cálculos grandes, pode ser feita cirurgia para removê-los ou litotripsias por laser”, esclarece a nutróloga. Se nada for feito, há risco de infeção urinária e comprometimento dos rins.

Hidrate-se para prevenir pedra nos rins

“A boa hidratação é medida preventiva e ajuda a eliminar pequenos cristais ou cálculos pequenos”, afirma Isolda.

A dose mínima diária a ser ingerida é de 30 ml a 40 ml de líquido por quilo de peso corporal. Ou seja, uma pessoa de 60 kg deve ingerir de 1,8 litro a 2,4 litros de líquido por dia.

pedra nos rins

Crédito: Singkham/Shutterstock

“Dê preferência à água, embora na quantidade recomendada já estejam previstos outros líquidos presentes na dieta, como sucos, gelo, frutas aquosas, sopas e chás”, comenta a especialista – clique aqui e confira dicas para tomar mais água. Evite refrigerante e bebidas alcoólicas.

Receita de chá de quebra-pedra 

O chá de Phyllantus niruri – nome científico da planta popularmente conhecida como quebra-pedra – impede que os cristais de oxalato de cálcio se aglutinem. “O efeito é mais preventivo do que curativo”, pondera Isolda. Outra propriedade do chá é ajudar a relaxar as vias urinárias, facilitando assim a excreção de pequenos cálculos.

5 hábitos alimentares para evitar pedra nos rins

Fazer boas escolhas nas refeições também é uma forma de prevenir pedra nos rins, orientam as especialistas, que dão 5 dicas específicas para o problema: 

1 - Carboidratos: mantenha o peso corporal o mais próximo possível do adequadoclique aqui e calcule seu IMC. “A resistência à insulina associada a uma alimentação rica em carboidratos tende, de um lado, a reduzir a eliminação de ácido úrico pelo organismo e, de outro, a diminuir a absorção de fosfato no intestino”, explica a diretora da Abran. Ambos aumentam as chances de formar cálculos renais de ácido úrico e de cálcio. 

2 - Garanta a ingestão de doses moderadas de cálcio. “Isso equivale a três porções diárias (1000 a 1200 mg/dia), que podem ser 250 ml de laticínios, uma xícara de vegetal verde-escuro ou uma posta de peixe”, detalha Isolda. “Do contrário, o baixo consumo de cálcio induzirá à formação de pedras devido à maior absorção de oxalato no intestino”, alerta Mariana.

3 - Excesso de proteínas e sódio na alimentação contribui para a formação de cálculos. Por isso, evite rodízios de carnes ou exageros de alimentos ricos em proteína nas principais refeições. Em paralelo, retire o saleiro da mesa – clique aqui e veja como substituir o sal por outros temperos – e modere o consumo de embutidos e alimentos industrializados.

4 – Inclua fibras no cardápio. O consumo regular de hortaliças, leguminosas, legumes, cereais integrais e frutas não só garante a mínima ingestão diária (25 a 30 g/dia) como fornece substâncias que protegem os rins da formação de cálculos, como magnésio, potássio e citrato

5 - Suplementos de vitamina C aumentam o risco de formação de pedra nos rins. Isso ocorre, principalmente, em homens com pré-disposição para a doença. Já as frutas cítricas são protetoras e devem ser mantidas na dieta. 

Movimente-se para evitar pedra nos rins

À medida que a idade avança, tenha especial atenção com os exames de rotina e em incorporar no seu dia a dia uma atividade física regular.

“Segundo um estudo norte-americano feito com mais de 80 mil mulheres pós-menopausa, é clara a relação entre a diminuição do risco de ter pedra nos rins e a prática de exercícios físicos”, destaca Mariana.

Entre as que fizeram atividades físicas leves, o risco caiu de 10 a 20%. Já as que fizeram exercícios moderados tiveram 30% menos chance de apresentar cálculos.

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