Abraçar ou se aconchegar nos braços de uma pessoa querida pode trazer benefícios para a saúde cardiovascular

Parece simples, mas um abraço pode fazer um bem danado! Sabe aquele abraço apertado, acolhedor e afetuoso? Pois ele é capaz de ajudar a proteger e deixar seu coração mais saudável. O abraço promove as sensações de felicidade, bem-estar e conforto. Entre outros benefícios, melhora ainda a imunidade e contribui no combate de infecções, alivia a depressão e a ansiedade, ajuda a afastar sentimentos negativos, como solidão, isolamento e raiva, diminui o cansaço, além de reduzir o estresse, os níveis da pressão arterial e o ritmo cardíaco.

O que tem dentro de um abraço

Quando abraçamos alguém que gostamos, nosso corpo libera substâncias importantes, como a dopamina, hormônio relacionado ao prazer. Há também o aumento na produção de serotonina, considerada um antidepressivo natural, capaz de melhorar o humor, controlar a ansiedade e reduzir o sentimento de solidão.

O abraço pode estimular a endorfina, mesma substância química que soltamos após uma atividade física ou quando comemos chocolate, por exemplo, e que contribui para a sensação de bem-estar. Por fim, vale destacar a oxitocina, hormônio ligado ao toque e associado ao amor maternal, que tem o poder de acalmar e elevar a sensação de conforto, baixar a pressão arterial bem como ajudar no controle do peso e aumento da libido (alimenta o desejo de tocar e ser tocado).

Redução do estresse

Todas essas substâncias atuam ainda na regulação das taxas de cortisol e adrenalina, hormônios relacionados ao estado de alerta e ao estresse, que estimulam o coração a bombear sangue de forma mais rápida, exigindo mais do órgão. Um indivíduo em quadro de estresse crônico apresenta artérias que se contraem ou dilatam demais; pressão arterial elevada; digestão mais lenta; fluxo de sangue para os órgãos internos reduzido; e uma maior concentração de açúcares e gorduras na corrente sanguínea.

O poder de um abraço

Crédito: africa_pink/shutterstock

Tente lembrar então do alívio sentido quando você está estressado e recebe um abraço genuíno? Ser acolhido nos braços de outra pessoa ajuda a relaxar os músculos e liberar toda essa tensão do corpo. Estudos recentes indicam que os abraços atuam como uma espécie de amortecedor contra experiências negativas. Segundo pesquisadores da Universidade de Pittsburgh (EUA), após levantamento com cerca de 400 adultos, as experiências infelizes ou negativas - do tipo que podem arruinar nossos dias - se tornam mais fáceis de lidar quando recebemos um abraço de um ente querido. Além de expressar carinho e apoio, auxiliam na redução da pressão e na capacidade de lidar com o estresse gerado.

Como isso acontece?

O nosso cérebro tem dois sistemas operacionais entre os principais comandantes, os sistemas nervosos parassimpático e simpático. O sistema nervoso simpático é ativado quando estamos estressados ou reagimos a algum tipo de ameaça ou perigo. Já o parassimpático é responsável pelo descanso, relaxamento, recuperação e digestão.

Os abraços ativam justamente as partes do cérebro que controlam o nervo do sistema parassimpático, o vago. Quando esse sistema está operando, podemos restaurar a energia, reparar o corpo e entrar em um estado mais equilibrado e tranquilo. Durante um abraço, o sistema nervoso parassimpático é o protagonista, impulsionando diversos hormônios do bem. Portanto, não é surpresa que um abraço longo e profundo traga alegria e nos possibilite ficar mais relaxados.

Desde cedo

Diversas pesquisas revelam que esse contato pele a pele do abraço entre uma mãe e um recém-nascido produz benefícios físicos e psicológicos para a criança desde o nascimento. Entre eles, a melhoria do sono, sentido de propriedade do corpo, redução da ansiedade e produção correta do hormônio de crescimento. Ou seja, abraçar uma criança recém-nascida pode contribuir para seu desenvolvimento.

O abraço também é saudável nessa relação por conta do apego emocional. A ocitocina está intimamente ligada ao parto e a amamentação e tem um papel biológico na ligação entre mãe e bebê. Assim, o abraço contribui para a construção da confiança e para a sensação de segurança. Estimula até a autoestima: o contato físico durante um abraço nos faz sentir mais seguros e amados, e nos conecta à nossa capacidade de amar aos outros e a nós mesmos.

A relação entre afeto e melhoria da saúde cardiovascular

Sentimentos e emoções gerados nesse contato e relacionados ao amor, alegria, companheirismo e amizade levam ao relaxamento muscular, a vasodilatação (aumento do calibre dos vasos), relaxamento intestinal, secreção glandular, salivação, calor sem sudorese, isto é, manifestações que ajudam a prevenir as doenças cardiovasculares.

O poder de um abraço

Crédito: Sabrina Bracher/shutterstock

A suave pressão no osso esterno e a carga emocional estimulam ainda a glândula timo, que regula e equilibra a produção de glóbulos brancos do corpo, contribuindo para o sistema imunológico e para um organismo saudável e livre de doenças.

Um abraço caloroso também pode agir contra a dor. Evidências descobertas em pesquisas realizadas nos últimos anos nos levam a considerar o abraço como forma de toque terapêutico. Um estudo da Wichita State University e do Kansas Heart Hospital (ambos nos Estados Unidos) testou esse tipo de toque terapêutico em pessoas que sofrem de fibromialgia, condição que causa dor nos ossos e músculos. Nos resultados, publicados na Holistic Nursing Practice, os participantes relataram uma diminuição estatisticamente significativa na dor bem como um aumento na qualidade de vida.

Vamos abraçar mais!?

Um abraço pode então trazer benefícios para nossa saúde física e mental, com consequências diretas para o sistema cardiovascular. Pode ser um veículo que transmite compreensão e empatia e ser considerado até uma forma de comunicação não verbal. Por isso, a qualidade do contato é importante. De nada vale aqueles abraços frios, com tapinhas nas costas. O bom abraço é aquele que vem como uma demonstração física de afeto, carinho e acolhimento

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