A infecção urinária, conhecida também como infecção do trato urinário (ITU), é uma doença causada por microrganismos que pode atingir qualquer parte do sistema urinário. Acontece geralmente quando bactérias entram no trato urinário pela uretra e começam a se multiplicar na bexiga.
Existem quatro tipos de infecção urinária mais comuns: cistite, infecção bacteriana na bexiga ou no trato urinário inferior; uretrite, inflamação ou infecção da uretra, o canal que transporta a urina da bexiga para fora do corpo; pielonefrite, infecção do trato urinário (UTI) que geralmente começa em sua uretra ou bexiga e viaja para um ou ambos os rim; e infecção nos ureteres, canais que levam a urina dos rins até a bexiga.
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O ginecologista do Centro de Reprodução Humana do IPGO (Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia) Rogério Leão garante que metade das mulheres adultas desenvolverão a doença, pelo menos, uma vez na vida. Isso porque a uretra da mulher, além de ser bem mais curta do que a do homem, está mais próxima a região dos ânus, o que favorece a passagem de bactérias para a região.
O especialista alerta ainda que pessoas acima de 60 anos também são mais susceptíveis a desenvolver a doença, já que a atrofia do aparelho geniturinário aumenta e a imunidade diminui conforme o avanço da idade. Além disso, muitas vezes, elas não apresentam os sintomas clássicos da infecção. É comum que o paciente não sinta dor ao urinar e não tenha febre, por exemplo. “Por isso, sempre que o idoso apresentar um aspecto mais cansado, sonolento e desanimado, deve-se pesquisar infecção de urina, mesmo sem outras queixas”, explica o ginecologista.
Sintomas da infecção urinária
- Ardência ao urinar;
- Necessidade de urinar com frequência;
- Pouca eliminação de urina em cada micção;
- Dor no baixo ventre;
- Febre;
- Dor lombar em casos que atingem os rins;
- Urina acompanhada de sangue.
Fatores de risco
Além da própria anatomia feminina, o ginecologista afirma que há outros fatores de risco para o desenvolvimento da doença, como ter vida sexual ativa, por exemplo. Isso porque o ato sexual facilita a ascensão de bactérias do trato genital inferior feminino (vagina e vulva) para a bexiga.
A gravidez também pode criar condições para o aparecimento de infecções urinárias, pois diminui a imunidade do organismo e aumenta a concentração de glicose na urina, provocando a elevação do número de bactérias.
Outro fator de risco para o desenvolvimento do problema é a menopausa. “A baixa quantidade de estrogênio causa uma atrofia na região, o que diminui a defesa do trato geniturinário”, explica Leão. Além disso, “segurar a urina por muito tempo também pode aumentar o risco de infecção, pois ela é uma das formas de eliminar substâncias nocivas para o corpo”, acrescenta.
Quanto à alimentação, o especialista explica que o consumo de alguns alimentos, como álcool, café e doces, além de aumentar o risco ter o problema, também pioram o estado da doença.
Diagnóstico e tratamento da infecção urinária
Geralmente, o diagnóstico é realizado por um médico através dos exames urina tipo I e da urocultura. Já o tratamento da doença varia de acordo com o grau de gravidade, mas normalmente é feito à base de antibiótico.
Leão explica que existem alguns remédios caseiros que podem ajudar no processo de cura. “Ingerir suco de cranberry, por exemplo, pode melhorar a imunidade do trato urinário. Já a melancia tem efeito diurético e, por isso, pode aumentar a eliminação urinária”, explica.
Suco de cranberry pode ajudar no tratamento do problema. Crédito: Olyina V/Shutterstock
No entanto, é preciso lembrar que nenhum desses tratamentos caseiros, quando feitos de forma isolada, são eficientes contra a infecção urinária. Por isso, o recomendado é sempre procurar um médico em casos de evidência do problema.
Como evitar a infecção urinária
O Instituto de Longevidade, com a ajuda do ginecologista Rogério Leão, selecionou alguns cuidados que devem fazer parte da sua rotina diária para prevenir a doença. Veja abaixo quais são:
- Troque absorventes com frequência;
- Não segure a urina durante muito tempo;
- Evite usar roupas apertadas no calor;
- Ao limpar a região do períneo, faça movimentos suaves, sempre de frente para trás;
- Crie o hábito de urinar após a relação sexual para eliminar bactérias;
- Mantenha a área íntima sempre higienizada;
- Evite usar produtos que contenham perfumes para a área genital;
- Prefira calcinhas feitas com forro de algodão e troque-as, pelo menos, uma vez por dia;
- Evite usar camisinhas com espermicida, pois elas podem modificar a flora vaginal e aumentar o risco de infecções.