Implantes dentários repõem um, vários ou até mesmo todos os dentes – e, talvez por isso, quase sempre estão erroneamente associados somente a pessoas mais velhas. O fato é que muitos mitos rondam esse procedimento simples, que restabelece a mastigação correta, aprimora a dicção, melhora a estética do rosto e do sorriso e previne uma série de doenças bucais, mas requer as mãos habilidosas de um implantologista ou um cirurgião bucomaxilofacial. Para esclarecê-los, o portal do Instituto de Longevidade conversou com especialistas. Confira!

O que você precisa saber sobre implantes dentários

Os implantes são feitos com dentes naturais

Mito. O procedimento funciona como uma raiz artificial de metal, instalada no osso por meio de um processo cirúrgico simples. “A prótese fixa é desenvolvida com pinos de titânio, que são totalmente compatíveis e se adaptam ao organismo, e dentes de porcelana, que muito se aproximam dos dentes de verdade”, afirma Victor Hugo Dechandt Brochado, diretor da rede Oral Sin Implantes.

implantes dentários

Crédito: Alex Mit/shutterstock

Apenas pessoas na meia-idade e idosos podem fazer implantes dentários

Mito. “Qualquer pessoa pode receber implantes dentários, desde que o crescimento ósseo esteja concluído e que a saúde bucal e sistêmica esteja de acordo com as diretrizes de segurança para o procedimento”, pontua o especialista. “Apesar de a perda dentária acometer, na maioria das vezes, indivíduos com idade mais avançada, pessoas mais jovens podem perder dentes por outros motivos, como cárie ou traumas.”

Quem perdeu um dente pode esperar anos para fazer um implante

Mito. “Conforme o tempo passa, o osso perde suas características, como espessura e altura. Por isso, quanto antes fizer o implante após a perda do dente, melhor. Quando o osso se enfraquece e atrofia, o paciente precisa de outra cirurgia para fazer enxerto ósseo”, explica Victor.

O implante pode ser rejeitado pelo organismo

Mito. “Não existe rejeição. O que pode existir é a não ósseo-integração. O insucesso de um implante está relacionado à falta de procedimentos pré-operatórios – como exames clínicos, radiográficos e sanguíneos – e cuidados pós-operatórios do paciente”, afirma Fabio Bibancos, CEO da Bibancos Odontologia, clínica com unidades em São Paulo e no Rio de Janeiro.

O SUS oferece implantes

Em termos. Em 2011, o então ministro da Saúde Alexandre Padilha anunciou a inclusão do procedimento na tabela do SUS, durante a 3ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite, lembra Fabio. “Mas, na prática, o cenário é outro: em 2019 o Ministério da Saúde aponta que os brasileiros, aos 28 anos de idade, já perderam 5 dos 32 dentes. Esse número pode superar os 50% entre a população com 50 anos de idade ou mais. Em todos os cenários, a população continua sem acesso a tratamentos básicos de saúde bucal, como próteses. O que imaginar de implantes?”, questiona.

Trata-se de um tratamento caro

Verdade. “Apesar do alto custo, hoje se tornou mais acessível para uma parcela da população, pois existem muitos tipos de marcas no mercado”, afirma Fabio. Segundo ele, o valor varia de acordo com:

  • a marca do implante;
  • a formação do profissional;
  • o tempo de experiência do especialista;
  • a estrutura que a clínica odontológica oferece.

O procedimento é mais delicado em pacientes com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, e em fumantes

Verdade. “Pacientes com comprometimento sistêmico precisam de cuidados diferenciados”, alerta Fabio. “Por isso é bom ter em mente que, ao decidir por um tratamento invasivo como o implante, o consumidor pesquise quem é o profissional, sua formação e seu tempo de carreira.”


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Já fumantes, segundo Victor, correm risco de perder o implante. Isso porque, devido ao fumo, os níveis de nutrientes fornecidos para os ossos são significativamente reduzidos, retardando o processo de reparação e deixando a área mais suscetível à infecção. “Quem fuma pode ter um período de cicatrização óssea maior e menor qualidade no procedimento, uma vez que os pinos são implantados nos ossos do maxilar e da mandíbula.”

Quem faz implantes dentários pode se alimentar normalmente

Verdade. “Esse, aliás, é o maior objetivo do procedimento: devolver ao paciente a mastigação correta e o prazer de degustar os alimentos", lembra Victor. Nos primeiros dias após a cirurgia, o paciente precisa seguir as recomendações do cirurgião e passar por algumas restrições alimentares. Mas, após o processo de cicatrização, está liberado para comer qualquer alimento.

Quem tem implantes dentários não precisa mais se preocupar com a higiene bucal

Mito. Os cuidados bucais precisam ser os mesmos dos dentes naturais. “O acúmulo de resíduos alimentares causa inflamações nas gengivas, que podem prejudicar o osso e, consequentemente, levar à perda do implante”, alerta Fabio.

Após o tratamento, o paciente deve continuar indo ao dentista

Verdade. A manutenção deve ser realizada pelo menos uma vez ao ano. “O retorno ao dentista é fundamental para avaliação dos componentes que fazem parte do implante dentário, como a prótese e os pinos, e da higienização. Com esses cuidados, muito provavelmente o paciente terá implantes dentários que durarão a vida toda”, enfatiza Victor.

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