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“Quando a graça se une às rugas, é adorável. Há um amanhecer indizível na velhice feliz”

Victor Hugo [poeta francês]

Nos países da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), pessoas que alcançam 65 anos de idade podem esperar viver mais 17 a 20 anos.

Essa é uma conquista extraordinária na história humana, refletindo melhorias na higiene e no saneamento e o advento de vacinas e medicamentos modernos. Nós podemos transformar taxas de mortalidade infantil, nossa habilidade de lutar contra doenças infecciosas e como tratamos grandes assassinos, como doenças cardíacas e câncer.

Ainda assim, para muitas pessoas, a longevidade chega com um preço alto - doenças crônicas que reduzem a capacidade de desfrutar plenamente sua vida útil mais longa e frequentemente minam sua independência, tornando-se uma carga para as famílias e esgotando seus recursos econômicos.

A maioria das condições que reduzem o envelhecimento produtivo tem suas raízes em antecedentes sociais e comportamentais que antecedem o surgimento da doença diagnosticada. Com o tempo, esses riscos negam às pessoas a dádiva de uma “velhice feliz”.

Envelhecer bem é nosso novo desafio. Conseguir isso requer não apenas que reinventemos nossos sistemas de saúde, mas também que fundamentalmente mudemos nossas atitudes básicas em relação à saúde e ao bem-estar ao longo da vida.

A maioria das pessoas pensa em saúde como um estado pessoal _ “estou saudável” ou “estou doente”. O que aconteceria se, em vez disso, pensássemos sobre nossa saúde da mesma forma que pensamos sobre nossos bens e recursos?

E se olhássemos para a saúde como um bem pessoal que pode ser cuidadosamente protegido e investido ao longo da vida para assegurar benefícios de longo prazo _ uma conta de aposentadoria de saúde, à qual podemos recorrer na velhice, da mesma maneira que podemos recorrer às contas financeiras de aposentadoria? Em vez de desperdiçarmos a saúde de maneiras que sabemos que não são boas para nós, poderíamos investir em aumentá-la e mantê-la.

E se as comunidades avaliassem a saúde de sua população da mesma maneira que analisam outros recursos naturais que precisam de conservação atenciosa e gestão proativa?

Sabemos há bastante tempo que a saúde e a prosperidade estão relacionadas, mas alguma vez colocamos a saúde no mesmo patamar que os recursos hídricos ou o abastecimento de energia? Melhorar e manter a saúde da comunidade não deveria ser pelo menos tão importante quanto tratar as pessoas quando elas estão doentes?

A saúde é verdadeiramente um recurso natural precioso _ e pessoas, comunidades, negócios e países que sabem disso podem tomar melhores decisões sobre seus investimentos em saúde.

“Envelhecer bem não é apenas um desafio, é um imperativo global”

Envelhecer bem exige que esses investimentos comecem antes da concepção, assegurando que os pais possam criar crianças saudáveis, apoiando-as durante os anos de aprendizagem em escolas que promovam a saúde e o bem-estar e que depois as lancem à idade adulta.

Também exige que adultos em todos os estágios de vida tenham informação, recursos, incentivo e apoio para investir na proteção de sua saúde. É necessário ter seguro saúde e um competente sistema de cuidados de saúde, mas só isso não é suficiente.

Muito mais benefícios podem ser conquistados encorajando “a saúde em todas as políticas públicas” e “a saúde em todos os lugares” para moldar nossos ambientes físico e social e, dessa forma, motivar e manter bons comportamentos de saúde que, em longo prazo, proporcionem uma melhora geral em nossas “contas de saúde”.

Mais boas novas: certamente há pessoas e comunidades que já estão envelhecendo bem. Como [o autor e palestrante] Dan Buettner observa, existem “Blue Zones”, lugares no mundo em que um número maior de pessoas aproveita vidas plenas extremamente longas.

O que talvez seja mais notável sobre essas comunidades é que, na maioria delas, envelhecer bem está associado a produtividade e atividade _ algo que precisamos aprender e dominar se esperamos compensar as iminentes consequências econômicas da divisão demográfica que nossas sociedades em envelhecimento estão enfrentando.

De fato, criar oportunidades para que as pessoas façam contribuições substanciais a suas famílias e comunidades à medida que passam da idade tradicional de "aposentadoria" é fundamental para nossa viabilidade econômica.

Sua sabedoria, experiência, diversidade e habilidades são tesouros que precisamos manter _ e honrar. Envelhecer bem não é apenas um desafio, é um imperativo global!

Sobre a autora

JULIE GERBERDING é vice-presidente-executiva da Merck & Co., Inc., Kenilworth, NJ, EUA, conhecida como DCM (doutora em ciências médicas) fora dos EUA e do Canadá. Ex-diretora dos Centros Americanos para Controle e Prevenção de Doenças, de 2002 a 2009, é responsável por funções de política pública global, responsabilidade corporativa e comunicação da empresa, bem como pela Fundação Merck baseada no EUA e DCM para o programa Mothers. Ingressou na empresa em 2010, como presidente da divisão de vacinas, e foi fundamental para aumentar o acesso ao produto em todo o mundo, tornando-o mais acessível.

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