O crescimento demográfico da população idosa e o aumento da expectativa de vida são fenômenos mundiais observados na população geral e de modo particular, ainda mais acentuado em pessoas com Deficiência Intelectual.

Esse crescimento gera inúmeras preocupações no que se referem às dificuldades inerentes ao processo de envelhecimento, como os indicadores de qualidade de vida, que é um dos responsáveis pelo aumento ou pelo decréscimo na longevidade da população.

Indicadores internacionais demonstram que nos últimos 30 anos houve um aumento da expectativa de vida de pessoas com Deficiência Intelectual.

Diante disto, porque estes dados nos trazem preocupação?

É importante ressaltar que existem diversas dificuldades associadas ao processo de envelhecimento, tanto da população geral ou das pessoas com Deficiência Intelectual. No idoso com Deficiência Intelectual, o envelhecimento precoce ocorre de forma acelerada e interfere na funcionalidade de todos os sistemas do corpo.

Portanto, é imprescindível que a pessoa idosa com Deficiência Intelectual seja atendida de forma interdisciplinar e global, tendo como principal objetivo a prevenção de déficits funcionais e cognitivos, visando o aperfeiçoamento das suas capacidades e qualidade de vida.

O idoso com Deficiência Intelectual apresenta alterações na mobilidade, déficit de equilíbrio, falta de coordenação, demência, menopausa precoce, diabetes, maior incidência de osteoporose e osteopenia resultante da inatividade física, pouca exposição solar e uso de drogas anticonvulsivantes e neurolépticas, que interferem significativamente na realização de atividades cotidianas e nas relações interpessoais.

Um fator que implica de forma limitadora na qualidade de vida é a ocorrência de quedas. Sendo considerada uma importante causa de morbimortalidade na população idosa, este evento pode resultar em consequências físicas, funcionais e psicossociais.

Assim sendo, manter este idoso ativo é fundamental, a atividade física regular oferece uma diminuição na degeneração causada pelo envelhecimento precoce em todas as esferas, físicas, cognitivas e sociais.

Os indivíduos com Deficiência Intelectual apresentam maior porcentagem de sedentarismo do que a população em geral, assim como também participam cada vez menos de atividade física regular à medida que crescem e envelhecem. A intervenção precoce é o meio eficaz de promover a manutenção da funcionalidade e minimizar os efeitos deletérios do envelhecimento como um todo.

A abordagem na infância e adolescência refletirá em um adulto com Deficiência Intelectual mais ativo, com maior consciência corporal, adequação postural, melhor amplitude de movimento e resistência muscular, além de alterações positivas nos aspectos psicológicos suscitados pelo trabalho corporal.

O envelhecimento é um processo progressivo, dinâmico e intervir na busca pela promoção de saúde é fundamental para alcançarmos a longevidade com qualidade de vida. A adoção de medidas de prevenção e promoção de saúde são maneiras de conseguirmos um envelhecer saudável, com independência, seja o indivíduo deficiente ou não.

As temáticas do envelhecimento aliadas à deficiência nos fazem refletir sobre as barreiras e limitações que esta população em especial sofre, a adoção de políticas e programas faz-se necessário para atender as necessidades das pessoas em processo de envelhecimento, considerando a visão holística como constituinte da qualidade vida.

Compartilhe com seus amigos