Pode apostar: um dia você vai sentir alguma dor. Faz parte do envelhecimento e é algo comum com o passar dos anos. Trata-se de um processo natural, previsível e inevitável, explica a gerontóloga Neusa Pellizzer, gerente de Promoção à Saúde da Associação Brasileira dos Empregados em Telecomunicações (ABET).

O processo de envelhecimento traz como consequência, em diferentes graus, a degeneração das estruturas do organismo. “Da mesma forma que surgem as rugas e os cabelos brancos, ocorre o envelhecimento de tecidos e estruturas dos órgãos e dos sistemas internos. Assim, podem surgir processos dolorosos relacionados aos sistemas musculoesquelético e neurológico”, destaca a médica.

Em qualquer idade

Há as dores decorrentes de processos agudos, inflamatórios – e essas podem ocorrer em qualquer idade, especialmente se o organismo já estiver mais comprometido por alguma comorbidade (doenças que predispõem o paciente a desenvolver outras doenças). Quem não sentiu a garganta arder depois de uma mudança de temperatura ou ficou com a pele mais quente depois de um corte que infeccionou?

A dor e o envelhecimento

Mas há aquelas relacionadas a processos degenerativos – e essas têm a ver com o processo de envelhecimento e podem se tornar crônicas. É aí que mora o perigo: as dores podem levar à redução da qualidade de vida e à depressão. As mais comuns são:

- Musculares

- Articulares

- Neurites (inflamação de um ou mais nervos)

- Polineurites (processo inflamatório ou degenerativo que ataca simultaneamente diversos nervos)

“A maior parte dos processos dolorosos na velhice será provocada por doenças crônicas”, explica a médica.

Mente sã, corpo são

Esse processo se dá de maneira diferente para cada pessoa, e depende diretamente da qualidade de vida, segundo o psicólogo Roberto Debski, especialista em acupuntura e homeopatia.  Aqueles que cuidam da saúde tendem a sentir menos dor e ser menos afetados pelo inevitável processo de envelhecimento. “Para controlar as doenças crônicas, é preciso manter o corpo e a mente em movimento e cultivar relacionamentos afetivos, redes de apoio social, amizades e laços em família, além de espiritualidade”, diz ele.

Mudança de hábito

Grande parte dos fatores de risco ao adoecimento – e à manifestação da dor – são os chamados fatores modificáveis, ou seja, são influenciados pelos nossos hábitos e comportamentos, concorda Neusa. Ela destaca que o fator emocional pode potencializar e/ou desencadear os episódios de dor. “O impacto na qualidade de vida pode ser muito grande, pois limita a capacidade funcional, levando os pacientes à redução de atividades e ao comprometimento da autoestima, num círculo vicioso contínuo e progressivo”, sinaliza.


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O que fazer, então? O livro “Triumphs of Experience” (Triunfos da Experiência, em tradução livre), resultante do mais longo estudo realizado sobre o assunto na Universidade de Harvard, demonstrou que há alguns fatores fundamentais para o envelhecimento saudável. São eles: parar de fumar, beber álcool moderadamente (o álcool foi um dos fatores de maior perda de qualidade de vida, doenças e problemas familiares), controlar o peso, fazer atividade física regularmente, manter a mente ativa, viver relacionamentos afetivos saudáveis e aprender a gerenciar o estresse. Pode não acabar com as dores, mas tende a ajudar a minimizá-las.

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