Coceira incontrolável, mau odor, forte ardência e até mesmo corrimentos esbranquiçado. Esses são alguns dos sintomas da candidíase vulvovaginal, doença que, de acordo com a Associação de Obstetrícia e Ginecologista do Estado de São Paulo (Sogesp), afeta 75% das mulheres.

A doença é causada pelo fungo Candida albicans que existe em pequena quantidade na flora vaginal fisiológica, mas que, quando entra em desequilíbrio, consegue provocar os sintomas.


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Em períodos de baixa imunidade, o ambiente quente e úmido da região genital favorece a proliferação descontrolada do fungo.

“Além da presença de doenças crônicas como o diabetes, o uso de antibióticos, roupas apertadas e com tecido sintético são fatores que facilitam esse desequilíbrio da flora vaginal e podem provocar a candidíase”, alerta a ginecologista do Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia (IPGO) Paula Bartolai Martins Araujo.

Entretanto, Paula esclarece que a candidíase não aparece apenas no órgão sexual feminino. Seus sintomas também podem aparecer na boca, no esôfago e na pele.

A doença também pode afetar homens, mas, segundo a especialista, somente em casos de baixa imunidade ou higiene precária, devido à própria anatomia masculina que dificulta a proliferação dos fungos.

Relação sexual 

Diferente do que muitas pessoas imaginam, a candidíase não é considerada uma DST (Doença Sexualmente Transmissível), pois é causada por um fungo que já existe no próprio corpo.

“Por isso, a doença pode aparecer até mesmo em pacientes virgens”, explica a ginecologista. A contaminação através do sexo ocorre quando o parceiro está com o sistema imunológico debilitado. “O ideal, portanto, é evitar relações sexuais durante o período de tratamento”, conclui.

Tratamento da candidíase 

O tratamento da candidíase, normalmente, consiste no uso de pomadas antifúngicas (feitas a base de cetoconazol, tinidazol ou clotrimazol, por exemplo) ou medicamentos antifúngicos via oral. A boa notícia é que a doença simples e não recorrente tem tratamento rápido e efetivo com apenas uma dose de medicamento via oral ou em até 10 dias após a primeira aplicação da pomada.

candidíase

Sobre tratamentos alternativos difundidos popularmente, como aplicar iogurte, vinagre ou óleo de coco na área infectada, Paula alerta que são técnicas arriscadas. O paciente pode confundir os sintomas e se autodiagnosticar de forma errada. “Se não for candidíase e, sim, uma infecção bacteriana, o paciente pode piorar o quadro, e provocar uma alergia ou irritação”, informa.

Como evitar a candidíase

Para Paula, a mudança de hábitos alimentares é essencial para prevenir a candidíase. Evitar o consumo de refrigerantes, massas, doces, cereais, frutas e produtos lácteos pode diminuir os riscos de desenvolver a doença, já que esses alimentos podem alterar o pH vaginal.

Além disso, a ginecologista cita outros cuidados que devem fazer parte da rotina diária. Veja abaixo quais são:

  • Mesmo que você não consiga tomar banho logo após fazer exercícios físicos, não deixe de trocar de roupa;
  • Prefira calcinhas que não retenham calor e que sejam feitas com forro de algodão;
  • Quando for à praia, tenha o cuidado de tirar a água salgada do corpo o mais rápido possível;
  • Evite o uso de absorventes diários;
  • Consuma probióticos para ajudar a manter o equilíbrio da flora vaginal;
  • Mantenha a área íntima sempre higienizada e seca;
  • Evite roupas apertadas.
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