Em apenas um século, houve um aumento da expectativa de vida, foram adicionados 30 anos à vida dos americanos. Mas esse aumento de força física, altura, saúde e rapidez no processamento de informações vem combinado com novos desafios: males associados à senioridade, como câncer, Alzheimer, osteoporose, artrite e insuficiência cardíaca.

“O crescimento de doenças crônicas reflete o simples fato de mais pessoas estarem sobrevivendo a doenças agudas”, destaca um artigo elaborado por pesquisadores da Universidade Stanford, entidade parceira do Instituto de Lomngevidade Mongeral Aegon.

Segundo os autores – Laura L. Carstensen, Mary E. Rosenberger, Ken Smith e Sepideh Modrek –, muitos avanços que contribuíram para a melhora na saúde da população, como maior disponibilidade de alimentos e redução de exigências físicas no trabalho, ironicamente, estão ameaçando crianças e jovens adultos. Comidas calóricas e processadas, desenvolvidas para combater a má nutrição, têm provocado o aumento da obesidade – caracterizada pelos pesquisadores uma “ameaça à segurança nacional”.

Estudos apontam que, em uma única geração, a obesidade pode apagar todos os ganhos em saúde feitos nos últimos 50 anos. Um artigo publicado pelo “New England Journal of Medicine” sustenta que a expectativa de vida do americano médio pode cair até 5 anos, a menos que esforços intensos sejam feitos para reduzir os níveis de obesidade – doença que está fortemente associada a diabetes, artrite e hipertensão, além de outros problemas que impactam negativamente a qualidade de vida.

Alterar esse cenário é possível, mas depende de uma mudança de comportamento. “Os maiores responsáveis para doenças crônicas são escolhas de estilo de vida feitas ao longo da vida, incluindo exposições ambientais que começam na infância, equilíbrio inadequado entre sedentarismo e atividade física e dieta pobre”, sinalizam os autores.

Mesmo com pesquisas durante décadas sobre estratégias para promover hábitos saudáveis, poucas são efetivas. As que apresentam melhores resultados são as que incluem mudanças no dia a dia. “Porque adultos passam boa parte do tempo no trabalho, e crianças, na escola, esses locais são excelentes alvos para mudança. Intervenções ambientais em nível populacional _ variando de aumento do acesso a calçadas, proibição do fumo em bares e restaurantes e aumento de oferta de opções de alimentos saudáveis em escolas, ambientes de trabalho e lojas de conveniência _, tudo facilita escolhas diárias saudáveis e tanto o setor público quanto o privado estão explorando e implementando cada vez mais esses tipos de intervenção.”

Os pesquisadores sinalizam que tecnologias que funcionam por smartphones, conhecidas no exterior como mHealth, também têm condições de influenciar as pessoas na adoção de hábitos saudáveis. Elas são capazes de monitorar comportamento, fazer comunicação com profissionais de saúde e mesmo elaborar testes para diagnóstico fora dos hospitais. Apesar de esse tipo de ferramenta de monitoramento preocupar no que tange à privacidade, os cientistas dizem que os seniores têm o desejo de adotá-la, especialmente quando ela traz valor às suas vidas e seja de uso fácil.

Para os pesquisadores, a opção que daria melhores resultados seria a que integrasse uma aproximação educacional clássica e individual, como o mHealth, e a ambiental, em nível populacional. “Com um investimento apropriado em ciência, a nação pode ver uma redução dramática em doenças e aumentos potenciais ainda maiores em expectativa de vida.”

Clique aqui para ter acesso à íntegra do artigo (em inglês).

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