A relação entre alimentação e doenças crônicas é extremamente complexa e só pode ser analisada por estudos que acompanhem de forma detalhada e por longos períodos as características da alimentação e o estado de saúde de um grande número de pessoas.

Estudos desse tipo, realizados em alguns países europeus e nos Estados Unidos, têm identificado padrões de alimentação que, claramente, protegem as pessoas de doenças crônicas, como a chamada dieta mediterrânea, ou, ao contrário, padrões que aumentam o risco de doenças, como a chamada dieta ocidental.

Entretanto, o conhecimento gerado por um estudo em determinado país nem sempre tem aplicação imediata em outros lugares, uma vez que padrões de alimentação tendem a ser específicos de cada país ou mesmo de cada região de um país.

“Daí a necessidade de nós termos um estudo como esse realizado no Brasil”, explica Carlos Augusto Monteiro, professor titular do Departamento de Nutrição da FSP/USP e coordenador do estudo NutriNet Brasil.


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Lançado na última segunda-feira (27), o NutriBrasil tem o objetivo de identificar padrões de alimentação efetivamente praticados nas várias regiões do Brasil e desvendar a relação desses padrões com o risco de doenças crônicas muito frequentes no Brasil, como a obesidade, o diabetes e algumas doenças do coração.

Ao todo, 200 mil brasileiros de todas as regiões do país estão sendo recrutados para participar do projeto. Pelos próximos dois anos, os pesquisadores vão querer saber o que essas pessoas comem, como elas se alimentam e estudar a relação dessa alimentação com o risco dessas doenças.

“Pois bem, o estudo NutriNet vai identificar, no Brasil, em suas várias regiões, quais são os padrões de alimentação que vão propiciar melhores condições de saúde e menos doenças para a população brasileira”, afirmou Monteiro.

Pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP, Maria Laura Louzada acredita que o NutriNet Brasil vá gerar evidências científicas que poderão servir de base a recomendações sobre alimentação saudável dadas em consultórios médicos ou por outros profissionais da saúde.

“Essas evidências também vão ser importantes para embasar ações, programas ou políticas públicas que visem melhorar a saúde dos brasileiros”, declarou Maria Laura.

Como participar do NutriNet Brasil?

Para participar do estudo, basta residir no Brasil, ter idade a partir de 18 anos e acesso à internet por meio de um telefone celular.

Clique aqui para fazer seu cadastro.

Os participantes recebem por e-mail questionários para preencher com informações sobre seus hábitos alimentares, saúde e outros fatores que podem influenciar o risco de doenças crônicas.

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