Alimentação é cultura e estilo de vida. O que comemos e a forma como comemos reflete um pouco do que somos e como cuidamos de nós mesmos. Existem muitas dietas e estilos de alimentação que visam ao nosso bem-estar, e o veganismo está entre os mais populares do momento.

Para a nutricionista Gabriela Vanessa, o veganismo não se trata apenas de uma dieta. “O veganismo é um estilo de vida que busca excluir, dentro do possível e praticável, toda forma de exploração animal e humana, seja na alimentação, no vestiário, nos produtos de beleza ou até na higiene”, afirma. Isso inclui sapatos e bolsas de couro, produtos de lã e maquiagens testadas em animais.

É uma alimentação que pode trazer muitos benefícios à saúde, como a prevenção de doenças cardiovasculares e até mesmo alguns tipos de câncer. No entanto, é importante ter um acompanhamento profissional, pois em uma dieta restrita à comida vegana, algumas proteínas e vitaminas podem ficar de fora, causando o enfraquecimento do organismo.

Confira abaixo mais informações sobre o veganismo, benefícios para o corpo e a saúde, quais alimentos fazem parte desse estilo de vida e os primeiros passos para ser um vegano.

O que é o veganismo?

A alimentação vegana consiste em uma dieta livre de produtos de origem animal, como carnes vermelhas e brancas, mariscos, leites e laticínios em geral, ovos e derivados. Ou seja, alimentos à base de vegetais.

“No veganismo, não existe pode ou não pode; não há proibição”, comenta Gabriela. “O que acontece é uma conscientização de que alimentos de origem animal são fruto de exploração e sofrimento. Além disso, quando consumidos em excesso fazem mal para nossa saúde”. 


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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo em excesso de carne também pode ser prejudicial ao planeta, já que está associado ao desmatamento, ao esgotamento de recursos naturais e à poluição em larga escala.

No entanto, é preciso ficar atento ao tipo de alimento ingerido, pois nem sempre a exclusão total de produtos de origem animal da dieta significa saúde. Comer batata frita todos os dias, por exemplo. É uma alimentação vegana, porém não é saudável.

Por isso, o importante é sempre fazer refeições equilibradas, sejam elas veganas ou não. “Ao se tornar vegana, uma pessoa tende a incluir mais frutas, leguminosas, oleaginosas, sementes e hortaliças em geral no dia a dia. Esses alimentos são ricos em fibras e nutrientes importantes para a promoção e manutenção da nossa saúde”, argumenta a nutricionista.

Alternativas à carne 

Pessoas que aderem à alimentação vegana ou buscam diminuir o consumo de comidas de origem animal costumam procurar alternativas, a fim de diversificar e complementar as refeições. Afinal, veganos não vivem apenas de frutas e legumes.

Veja alguns alimentos que podem fazer parte da dieta vegana:

  • leites vegetais (amêndoas, soja, aveia, castanha de caju, avelã, coco);

  • cogumelos (shitake, shimeji, portobello);

  • tofu;

  • castanhas;

  • chia, linhaça, aveia, gergelim e quinoa;

  • coco e derivados;

  • grãos (ervilha, lentilha, grão de bico).

Esses alimentos podem ser consumidos sozinhos ou incorporados em receitas, criando uma variedade enorme na hora das refeições. Trigo, jaca e carne de soja também são produtos coringa na alimentação vegana, sendo utilizados para fazer quibes, hambúrgueres e outros alimentos tradicionalmente feitos com carne vermelha.

Benefícios do veganismo

É uma dieta rica em nutrientes

Através de um estilo de vida vegano, as pessoas tendem a consumir mais oleaginosas, vegetais, frutas e legumes, dessa forma mantendo uma alimentação mais equilibrada e absorvendo uma quantidade maior de nutrientes.

Diminui os níveis de açúcar no sangue

Veganos costumam se alimentar muito de grãos integrais e fibras, alimentos que se quebram de forma mais lenta no organismo, o que ajuda a manter os níveis de açúcar baixos. Chocolates e outros doces também costumam ser evitados, já que a maioria envolve algum ingrediente de origem animal.

Por causa disso, existe uma menor possibilidade de veganos terem diabetes. Pesquisas mostram que quem segue uma dieta vegana tem entre 50 e 78% a menos de chance de ter diabetes tipo 2 no futuro.

Ajuda a emagrecer

A dieta vegana consta de alimentos ricos em fibra e com um teor de gordura bem baixo, o que contribui para a perda de peso. Estudos mostram que veganos conseguem emagrecer com mais facilidade do que pessoas que se alimentam de carne. 

Diminui o teor de colesterol 

O colesterol pode ser consumido através de alimentos de origem animal, como carne, ovos e leite. Por causa disso, veganos possuem níveis de colesterol baixos, correndo menos risco de ter suas artérias obstruídas ou de sofrer alguma doença cardíaca.

Menos riscos de sofrer doenças cardíacas

As doenças cardíacas estão entre as principais causas de morte em todo o mundo e estão diretamente relacionadas com a alimentação. Pessoas que comem mais carne tendem a consumir mais gorduras saturadas que veganos, provocando um aumento na pressão sanguínea e nos níveis de colesterol.

Estudos indicam que aqueles que seguem uma dieta vegana têm 42% menos risco de morrer de doença cardíaca, além de 75% menos chance de ter pressão alta. Veganos também costumam ingerir mais alimentos que fazem bem para o coração, como cereais integrais, nozes e vegetais.

Os primeiros passos para o veganismo

A alimentação vegana, quando equilibrada e bem planejada, não possui restrições e pode ser adequada em qualquer momento da vida, desde a fase gestacional, passando pela lactação, infância, adolescência até a velhice. Nunca é cedo ou tarde demais.

Gabriela recomenda apenas que a passagem para o veganismo seja acompanhada de um nutricionista ou outro profissional capacitado para ajudar a conduzir o processo da melhor forma possível. Assim, é possível evitar problemas causados por carências nutricionais, excessos ou até mesmo uma desistência por não saber o que fazer.

“O processo de transição é particular e depende muito de cada um. Alguns param de uma só vez a consumir alimentos de origem animal, enquanto outros passam por fases, retirando esses alimentos aos poucos até que se sintam confortáveis para não consumi-los mais”, afirma a nutricionista.

A necessidade da suplementação de vitaminas e minerais deve ser analisada de acordo com exames específicos, de preferência anualmente. E essa recomendação inclui veganos, mas também não-veganos. 

“É muito comum surgirem casos de pessoas que iniciam o veganismo já com deficiências nutricionais. Elas acabam achando que ficaram assim por causa da alimentação vegana, quando na verdade as carências se deram por conta de uma alimentação desequilibrada antes da transição”, diz Gabriela.

Alimentação vegana para não-veganos

A comida vegana não se restringe aos veganos e pode ser aproveitada também por pessoas que não seguem esse estilo de vida. Mesmo que não excluam por completo a carne do prato, ainda sentem vontade de diminuir o consumo desses produtos. 

E os motivos são vários: seja por compaixão aos animais, seja por entender os benefícios dessa alimentação para o planeta, ou seja por valorizar uma dieta mais saudável.

E agora existe até mesmo um novo termo para se referir a esses não-veganos apreciadores do veganismo: flexitarianos. Essas pessoas têm uma alimentação majoritariamente baseada em vegetais, mas também se permitem consumir alimentos de origem animal quando sentem vontade.


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