O nome Coenzima Q10 é esquisito para todos nós e não é possível deduzir muita coisa dele, mas hoje estamos aqui para acabar de vez com qualquer dúvida.

Afinal, o que é coenzima Q10?

Coenzima é um conjunto de substâncias que se complementam para formar uma estrutura responsável por alguma reação do corpo.

No caso da coenzima Q10, ela é uma estrutura única que tem um papel muito importante e se localiza dentro das nossas células em um lugar especial que chamamos de mitocôndria. É nesta organela que a célula consegue produzir toda a energia necessária. Este processo se chama respiração celular. As mitocôndrias são encontradas em grandes quantidades em locais específicos como os espermatozoides, o tecido muscular, cerebral e cardíaco, que precisam de muita energia para o seu correto funcionamento.

Uau, a coenzima Q10 atua na respiração e produção de energia das células então? Exatamente!

De onde surgiu a coenzima Q10?

Lá em 1957, ela foi descoberta por Fredrick Crane dentro da mitocôndria do coração de um boi, conhecida como ubiquinona. Nos anos posteriores, após ser isolada, foi descoberta a sua estrutura química e suas funções.

De onde obtemos a Coenzima Q10?

Ela pode ser obtida através da ingestão de alimentos como carnes, amêndoas, nozes e nos vegetais de cor verde escura como brócolis e espinafre. Entretanto, as doses que consumimos dos alimentos (2 a 5 mg por dia) dificilmente suprem a necessidade do corpo, até porque sua absorção fica em torno de 10% apenas. Por isso, o corpo também é capaz de produzi-la e sua síntese está envolvida com a via de produção de colesterol através da mesma enzima, a HMG-COA redutase.

Tenha acesso aos melhores conteúdos informativos. Clique aqui e faça parte do grupo de Whatsapp do Instituto de Longevidade!

O nosso corpo consegue produzir essa substância indispensável ao organismo, porém em quantidades insuficientes. Por isso, é essencial complementá-la por meio da alimentação e quando necessário, suplementação. Muitos consideram a coenzima Q10 como uma vitamina, que possui afinidade por gordura (lipossolúvel), assim como a vitamina D.

Qual a sua função no organismo?

A coenzima Q10 é muito importante e tem ações específicas:

  • Participa da produção de energia celular, gerando ATP.
  • Age como antioxidante - sua estrutura é capaz de neutralizar radicais livres e proteger os tecidos do ataque destes.
  • Tem ação no sistema imune, com ação anti-inflamatória, reduzindo a resposta do sistema imunológico, principalmente os agentes inflamatórios envolvidos no aumento da incidência de problemas do coração, como infartos.

Quando é preciso ingerir mais Coenzima Q10?

Órgãos que utilizam muita energia e têm altas taxas de respiração celular também são mais suscetíveis ao ataque dos radicais livres e utilizam grandes taxas da coenzima Q10.

Existem algumas doenças e situações em que a necessidade da coenzima Q10 é aumentada e/ou há redução na sua síntese, como:

  • Em pessoas com doenças do coração como as cardiomiopatias, hipertensão e arritmias;
  • Em pessoas com problemas cardiovasculares, a coenzima Q10 ajuda a produzir energia na contração do músculo do coração e ainda tem leve efeito hipotensor, ou seja, ajuda na redução da pressão arterial em pessoas hipertensas.
  • Em adultos com mais de 50 anos, já que os níveis de coenzima Q10 nos órgãos diminui de 30 a 60% durante o envelhecimento do corpo.
  • Em pessoas com colesterol elevado que fazem o uso de estatinas, já que este medicamento reduz a produção de coenzima Q10 pelo organismo e pode gerar sintomas como dor e/ou fraqueza muscular.
  • Distrofia muscular e doenças neurodegenerativas (por exemplo Alzheimer)
  • Exercício físico muito intenso, no caso de atletas.
  • Em pessoas em estresse crônico do dia a dia.

Dose ideal do nutriente

A prescrição da dosagem ideal para cada pessoa deve ser indicada por um profissional de saúde. Entretanto, estudos recentes apontam que doses seguras e bem toleradas em adultos são de até 1.200 mg por dia. Já em crianças, em torno de 10 mg por kg de peso. Ela pode ser consumida por longos períodos, já que faz apenas uma reposição do que deveria ser fabricado ou ingerido através da alimentação. Por isso o seu consumo geralmente não apresenta efeito colateral.


*Juliana Ramos é formada em Nutrição pela USP, em 2011. Pós-graduada em nutrição clínica funcional e co-autora do livro "Emagreça sem Segredos", possui ampla experiência no desenvolvimento de produtos para pessoas com mais de 60 anos. Além de atender em seu consultório em Moema (SP), Juliana Ramos também é nutricionista do "Vem, Vida", responsável por P&D, treinamentos e conteúdo.

Compartilhe com seus amigos