Café, cana-de-açúcar, milho e feijão. Esses foram os produtos mais atingidos pelas geadas que castigaram os campos durante todo o mês de julho. De acordo com especialistas, temperaturas assim tão baixas não eram observadas desde 1994 nas regiões produtoras. O resultado será o aumento de preços de alguns produtos e a queda da qualidade. Danos também foram sentidos no desenvolvimento de frutos e na qualidade das pastagens.

Além da forte onda de frio, outros problemas enfrentados pelos agricultores, como a crise hídrica, levaram a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a rever a estimativa desta safra de grãos para menos, de 260,8 milhões de toneladas para 254 milhões.

Revisão também na estimativa de inflação para este ano, só que para mais, subindo de 6,7% para 7%, de acordo com a XP Investimentos.

Produtos que terão maior aumento de preços

Entre as culturas mais prejudicadas pelo rigoroso inverno deste ano estão as hortaliças do sul de São Paulo e de Minas Gerais. Até outubro, é provável que os consumidores tenham dificuldade para encontrar uma alface com boa qualidade e reclamem do aumento de preços das hortaliças nas prateleiras do supermercado.

A batata e o tomate também estarão mais salgados, com altas de 69,6% e 18% nos preços de agosto em relação a julho, respectivamente.

Inverno rigoroso causa aumento de preços das hortaliças

Inverno rigoroso causa aumento de preços das hortaliças. Crédito: nuengbk/Shutterstock 

Muito sensível a baixas temperaturas, a produção de bananas também foi fortemente afetada, por ser cultivada em regiões como Minas Gerais, São Paulo e norte de Santa Catarina. Nos mercados de São Paulo, já se nota o aumento de preços. De acordo com o Cepea, a banana nanica está em média R$ 3 mais cara e a banana prata, R$ 8 mais cara.

Laranja e limão também devem sofrer com aumento de preços nos próximos meses, além da manga, que foi afetada pelo frio ainda no período de florada. Com as flores queimadas pelo gelo, é impossível que os frutos se desenvolvam.

Safras menores, sacas mais caras

Aumento a vista nos preços do feijão e do café, um dos produtos mais prejudicados com a geada. Diferentemente das demais culturas, em que basta plantar novamente para colher na próxima safra, a do café é permanente, não se repõe. Isso significa que os produtores terão que esperar que as árvores danificadas se recuperem e voltem a produzir, o que pode levar algum tempo. A saca do produto já teve um aumento de preços de 100% no atacado, ainda não refletido nas prateleiras dos supermercados, o que deve acontecer em breve.

Frustração também na colheita do milho, que teria uma safra recorde este ano. De acordo com a Conab, a estimativa é de que a produção caia de 70 milhões de toneladas para 57 milhões de toneladas.

Aumento de preços do milho compromete produção de ração de ovinos e bovinos.

Aumento de preços do milho compromete produção de ração de ovinos e bovinos. Crédito: Mabeline72/Shutterstock 

Com a produção de milho comprometida, vai faltar produto para a ração que alimenta a criação de ovinos, suínos, aves e bovinos. Uma alternativa seria substituir a ração dos bovinos e ovinos por pasto, se estes também não estivessem comprometidos pela geada. Com o aumento de preços da ração, a saída dos criadores será repassar esses custos para o consumidor final.

O plantio de cana-de-açúcar também foi fortemente prejudicado pelo gelo, comprometendo a quantidade e a qualidade do produto. Isso significa que logo o consumidor sentirá o aumento nos preços do açúcar, do combustível e da “marvada” pinga.


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