Já pensou em viajar sozinho? Muita gente, sim. Mas, na hora de planejar e, sobretudo, de comprar a passagem, bate aquela angústia. Será que vai dar certo? E se eu passar mal? O que faço quando precisar de ajuda? E se me sentir só? São tantas as dúvidas que as vantagens dessa aventura ficam ofuscadas.

Para contar quais são os prós de deixar os amigos e a família e investir em um projeto de turismo sozinho, o portal do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon conversou com viajantes solo. A seguir, eles listam como você pode se surpreender ao vencer os receios e emitir seu bilhete de ida.

Vantagens de viajar sozinho

1. Ter autonomia no planejamento 

Desde o começo até o fim, os planos são todos seus. Vale mudar o roteiro, incluir destinos que não fazem sentido para as pessoas mais próximas a você e colocar no mapa aquele museu no qual ninguém tem interesse. Você estará no comando – e só precisa agradar a si mesmo.

“Meu sonho desde pequeno era conhecer a Nova Zelândia. Mas não encontrava ninguém para ir comigo. Aos 52 anos, eu me perguntei: ‘Será que vou deixar isso pra trás?’. Decidi ir sozinho e incluí no roteiro até viagem de balão”, conta o administrador de empresas Túlio Silva, 58 anos.

2. Mudar no meio do caminho

“Você faz o seu planejamento. Se quiser cumprir, cumpre”, destaca a jornalista Tereza Pagliaro, 64 anos. Em 2011, ela embarcou em uma jornada de três meses pela Ásia. E compara a experiência ao exercício do jornalismo: “Você vai com uma série de perguntas. Mas, no meio da entrevista, vai vendo o que é mais importante e vai desviando um pouco daquilo”.

A experiência foi rica e hoje roda o Brasil por conta própria. Quando visita a filha na França, reserva seus momentos de passeio solo. “Ao viajar sozinha, você tem a liberdade e a oportunidade de montar seu roteiro no dia a dia, estando na viagem”, resume.

3. Economizar nos passeios

A planilha de despesas pode ter o tamanho que quiser. Você pode tirar os restaurantes badalados do caminho e ficar na trilha da comida de rua, por exemplo. O que sobrar pode ir para o ingresso em um museu ou templo, para um upgrade no hotel ou mesmo para a reserva de sua próxima viagem.

4. Atenção plena na viagem

Sim, estar só exige atenção a tudo: horários, distâncias, valores, caminhos, contatos e roteiros, entre outros. É justamente por motivos como esse que a viagem vale o investimento. Você aprende a estar presente, a curtir cada trechinho da caminhada e a aproveitar momentos pelos quais você passaria sem perceber se estivesse em um grupo de pessoas.


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“Já viajei em turma e em dupla. Tem sempre algo que deixamos para o outro, como olhar o mapa ou escolher o passeio do dia”, afirma a jornalista Elisa Weber, 43 anos. “Quando a gente está só, presta mais atenção e até desenvolve habilidades – que, na prática, não são tão complicadas quanto parecem.”

5. Fazer amizades

“Estava em um tour pela Itália e conheci um casal de médicos brasileiros. Conversamos, tomamos vinho juntos, fizemos outros passeios por lá e, quando voltei ao Brasil, mantive contato. Eles também são de São Paulo e até me ajudaram em um problema de saúde que tive tempos atrás”, diz Túlio. Os três, afirma ele, se encontram para jantar uma vez por mês.

Esses são os mais próximos. “Mas há gente de todos os lugares do mundo. Para uns dez países que eu queira ir, tenho contatos que conheci em viagem e que podem me ciceronear pelo caminho.”

6. Desenvolver a humildade

Pedir ajuda parece fácil. Na prática, pode ser um desafio para muita gente deixar de lado o orgulho e solicitar orientação ou auxílio a estranhos, segundo Tereza. “Eu precisei muito de pessoas, especialmente quando não entendia bem inglês. Isso me fez desenvolver mais a humildade.”

7. Aprender a tomar decisões

Podem ser dúvidas simples – vou de transporte público ou de táxi? –, mas tenha certeza de que as complicadas vão aparecer. Elisa, por exemplo, teve de decidir, no ano passado, se mantinha o roteiro inicial de viagem com a passagem prevista do supertufão Mangkhut. O ciclone havia começado na China e atingiria com menos força a Tailândia, onde ela passava férias.

“Busquei informações na internet e li recomendações. Em vez de ficar em uma ilha mais afastada, que fazia parte da viagem, fiquei em uma maior, com aeroporto e mais infraestrutura”, diz ela. Trocar não foi fácil. “É preciso ter em mente um chavão: cada escolha é uma renúncia. Era o melhor que eu poderia fazer e o melhor que eu poderia viver naquele momento.”  O tufão, por sinal, passou por onde ela estava. Mas com menos intensidade do que seu início e sem causar estragos.

8. Treinar outro idioma

“Era intermediário”, diz Túlio sobre os conhecimentos de inglês antes de começar a viajar sozinho para o exterior. Na primeira viagem, para a Nova Zelândia, abusou do tradutor que levava no bolso – o que colaborou para que ele aumentasse o vocabulário.

Ao voltar ao Brasil, decidiu que esse era o empurrão para se matricular em um curso e, assim, ter mais autonomia nos próximos passeios internacionais. “Hoje, tenho muito mais segurança. Fico orgulhoso ao pensar que, depois de tantas décadas, consegui ter motivação para me aperfeiçoar em inglês”, diz ele. 

9. Investir em novos interesses

Ainda quando estava na Tailândia, no ano passado, Elisa desistiu de um passeio que estava no roteiro. O que fazer no tempo vago? “Não frito um ovo, mas decidi fazer um curso de culinária tailandesa”, conta ela, que se encantou pela proposta de uma escola que utilizava ingredientes orgânicos.

Preparou quatro pratos, incluindo o chilli usado em dois deles. “Não é que eu tenha me apaixonado pela cozinha. Mas aquele novo olhar, aquele aprendizado, me fez ter um pouco mais de carinho pela culinária.”

10. Tornar-se uma pessoa melhor 

Tereza, Túlio e Elisa concordam em um ponto: viajar sozinho os tornou pessoas melhores. Seja por desenvolver a autonomia, seja por aprimorar habilidades, eles relatam um crescimento pessoal na jornada.

“Para muita gente, é tabu”, diz Tereza. “Para mim, é absolutamente normal. Só não viajo mais porque tenho férias uma vez e porque é necessário ter dinheiro. Mas só vejo vantagem”.

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