A advogada Renata Cristina (nome fictício) credita à sogra e à terapia de casal sua relação que já soma mais de duas décadas. O casamento quase desandou no primeiro ano, quando ela e o marido começaram a receber acompanhamento psicológico, por sugestão da mãe dele.

"Nos primeiros seis meses, as brigas eram constantes. Brigávamos pela roupa fora do cesto, pelo copo não lavado, pela comida que eu tinha que fazer quando voltava para casa, por tudo", lembra ela. Quando confessou à sogra que queria se separar, foi aconselhada a procurar ajuda.

Durante seis meses, a dupla fez terapia de casal. Eram sessões com especialista duas vezes por semana (uma em conjunto, outra individualmente), até que conseguiram identificar o problema que detonava a relação.

"Percebemos que precisamos abrir mão de algumas coisas para obter outras e aprender a fazer concessões. Nos ajudou a dar diretrizes para o que a gente realmente queria. Se precisasse, faria novamente, com certeza", afirma a advogada.

Novo começo ou início do fim

Segundo a terapeuta e sexóloga Lelah Monteiro, a terapia de casal é eficiente no sentido de permitir que um parceiro escute o outro na sua essência. Diante de um especialista, o casal respeita a manifestação do cônjuge antes de se pronunciar.

"Quando a relação está desgastada ou com alguns senões ou questões, a pessoa só escuta a sua angústia, só vê o seu ponto de vista”

"Quando a relação está desgastada ou com alguns senões ou questões, a pessoa só escuta a sua angústia, só vê o seu ponto de vista. Ela não consegue se transportar para o lugar do outro”, explica Monteiro.

E é aí, quando a comunicação já não consegue ser assertiva ou amorosa e passa a ser ofensiva e agressiva, que entra a terapia de casal, com ferramentas e técnicas específicas para ajudar a aparar arestas. Mas se engana quem pensa que esse recurso é algo apenas conciliatório.

Antes do sim

O terapeuta de casais, hipnoterapeuta e psicoterapeuta Luiz Carlos O. Preto sinaliza que namorados também podem tirar proveito do acompanhamento com especialista. "Assim como há desencontros no casamento, há também no namoro", justifica.

Ele afirma que não é raro que casais jovens procurarem auxílio. O intuito é melhorar o relacionamento, pensando no futuro, num processo chamado de terapia pré-nupcial ou pré-matrimonial.

Além disso, apesar de ser incomum, a terapia de casal também pode ter caráter preventivo. Preto conta que, vez ou outra, costuma ser procurado por parceiros que querem fazer a relação dar certo, mas morrem de receio de repetir os erros dos pais.

Me dê motivos

Preto conta que as motivações mais comuns que levam o casal a procurar terapia são:

- Desinteresse da esposa ou do marido por sexo

- Ciúmes

- Infidelidade

- Falta de companheirismo ou cumplicidade

- Interesse bissexual ou inclusão de uma terceira pessoa na relação

- Valores que se alteram sem o outro perceber ou sem serem compartilhados e comunicados

- Desmotivação por trabalho, falta de empregabilidade ou início de empreendedorismo (deixando um dos parceiros com a carga das despesas e os custos financeiros da família).

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