Para celebrar o Mês dos Namorados, a Reserva, marca brasileira de roupas, criou uma campanha especial, focada em um casal real de idosos

Com a mensagem “Tem coisas que não mudam com o tempo”, a ação espalhou imagens do casal por todo o Brasil, de outdoors a publicações on-line, retratando o amor, o carinho e a cumplicidade entre os dois.

Em entrevista para o Instituto de Longevidade MAG, Adriana Omena, Diretora de Linguagem da Reserva, revelou o que está por trás da campanha. “Vamos falar de amor”, explicou. 

E o que pode ser mais forte do que o amor que perpassa anos e que se solidifica a cada beijo ou abraço trocado?

Crédito: Divulgação

Confira a entrevista na íntegra.

Como foi a criação do conceito da campanha?

A nossa premissa, a cada Dia dos Namorados, é falar de amor. Essa é a pauta, sempre. A forma que a gente vai falar de amor é que varia de ano em ano. 

Desta vez, particularmente, foi muito natural o processo. Eu acho que, nos últimos anos, a Reserva cada vez mais vem tentando trazer para a vitrine e jogar luz em quem pouco aparece. Então surgiu muito naturalmente. 

“Vamos falar de amor. Vamos ter um casal que passe esse amor através das imagens que a gente vai produzir, através do vídeo que a gente vai produzir. E se fossem pessoas da terceira idade?”. E aí fez todo o sentido. 

Qual a importância por trás da mensagem veiculada na campanha? Por que precisamos falar sobre isso?

A importância da mensagem é: essas pessoas existem. O nosso casal da campanha, ele existe. Os velhos existem e cada vez mais eles vão existir. Nós estamos formando uma outra geração de idosos que está vindo pra revolucionar.

E essa é a importância da mensagem desta campanha. A gente precisa falar disso.

Para vocês, o amor tem idade?

Não, o amor absolutamente não tem idade. Acho que essa é a mensagem da campanha. Tem coisas que não mudam com o tempo. 

O velho ama, o velho tem afeto, o velho tem carinho, o velho tem tesão, o velho faz sexo do jeito dele. 

Eu tô com 45, então eu não faço mais o sexo que eu fazia com 20, ou com 30, e certamente não será o mesmo quando eu tiver 60 ou 70. 

Vocês acreditam que a campanha pode ser uma inspiração ou até ajudar na melhora da autoestima de pessoas idosas?

Óbvio! É pra isso que a Reserva faz as coisas que ela faz. É por isso que a gente não coloca um casal que todo mundo espera ver numa campanha de namorados. Normalmente um casal jovem, um corpo magro… 

Então é isso que é maravilhoso. Eu recebi muitas perguntas sobre a campanha. Eu amo quando as campanhas voltam com perguntas. “Mas por que vocês usaram pessoas da terceira idade?”. Porque elas existem. Elas estão aí, todos os dias. Elas também amam, elas também podem representar o amor.

Qual foi a repercussão até o momento? Tanto de pessoas idosas, quanto aquelas que ainda não chegaram aos 60 anos?

A repercussão foi assombrosamente maravilhosa. Eu acho que o resultado do resultado é, por exemplo, a matéria que a gente teve no Ella desta semana, que é uma matéria sobre a terceira idade que está vigorosa, ativa, produzindo, reluzente, intelectualmente produtiva, fisicamente dando um banho nos jovens. 

E a gente, mesmo na Reserva, a gente é fruto disso. Estou há dez anos na marca, e eu não sou a mesma de dez anos atrás. Mas a gente tá aqui, então é um pouco sobre isso.

Como foi o trabalho com o casal retratado na campanha? Quem são eles?

Foi do mesmo jeitinho que a gente faz tudo na Reserva. O casal retratado na campanha é um casal de verdade, gente de verdade, porque a gente faz roupa pra gente de verdade. Então eles são um casal de verdade, que estão juntos há mais de 50 anos. São um casal comum, os avôs e as avós de muita gente, ou talvez os bisavôs e as bisavós de muita gente.

No Mês dos Namorados, Reserva combate o etarismo e mostra que o amor não tem idade

Crédito: Divulgação

E como foi o trabalho? Na base da conversa, da troca, do respeito. Tudo muito falado, muito verbalizado, do jeito que a gente faz as coisas na Reserva, com verdade e às claras sempre.

Vocês possuem um programa em parceria com o Vagas.com para a recolocação profissional de pessoas 50+. Como funciona o programa?

A gente tem um programa de parcerias com o Vagas.com sim, ele foi lançado junto com a campanha dos namorados. Ele é um programa que tem foco tanto no idoso que quer trabalhar, quanto na empresa que quer entender como faz pra botar essa turma de 50+ pra dentro. Então ele vai nas duas frentes. 

Por que a necessidade de criar um programa de vagas para pessoas 50+?

Porque a gente precisa encurtar o caminho das pessoas. 

Acho que essa pergunta seria uma pergunta assim: “Por que tem que ter cota?” Porque a gente precisa reparar, acho que é uma reparação. Essas pessoas ficaram na invisibilidade por muito tempo. Graças a Deus a gente agora está começando a falar de etarismo

Acho que teve um pontapé sensacional na última novela das nove com a Andrea Beltrão, uma mulher 50+, que tem até mais do que isso, ela tem quase 60, e que botou esse tema na discussão em rede nacional pra massa entender que a gente não tem que bloquear o envelhecimento. A gente tem que receber o envelhecimento como uma dádiva, uma bênção. 

Então a necessidade tem muito a ver com isso. Foi a necessidade que nós sentimos há anos quando idealizamos o projeto Cara e Coroa [projeto que oferece oportunidades de emprego para profissionais com 50 anos ou mais nas lojas da marca]. 

Numa determinada viagem internacional do Rony [CEO do grupo Reserva], perguntaram pra ele “Por que a gente não bota esse pessoal mais velho pra trabalhar nas lojas da Reserva que nem a gente vê aqui fora do Brasil?” E foi assim que tudo começou. Foi assim que a gente fez o Cara e Coroa, que é para as pessoas 50+. 

Para finalizar, o nosso papel como marca no mundo é o papel de transformar o mundo no qual a gente está inserido, o mundo do qual a gente faz parte. Senão, pra que estar aqui? Pra quê? Então é isso. 

Se a gente, enquanto marca, puder dar vitrine, voz, luz, para essas pessoas que estão invisíveis… Mostrar que essas pessoas existem. A vida para elas é muito mais difícil, e a gente tenta de alguma forma visibilizar essas pessoas, facilitar de alguma maneira. Ou, pelo menos, gerar algum tipo de discussão a respeito, algum tipo de reflexão sobre o tema. E aí, lá na frente a gente começa a colher os frutos. É um pouco essa a ideia.


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