O apetite sexual oscila para mais ou para menos de tempos em tempos e as necessidades também são diferentes de pessoa para pessoa. Aquilo que afeta a uma, levando-a a não querer fazer sexo num determinado dia ou ocasião, para outra pode levá-la a querer ainda mais.

Se houvesse uma regra aqui, eu diria que o importante é lidar com isso de maneira clara, sincera e menos emocional. Outra coisa é que, em matéria de sexo, nunca somos os mesmos: com uma pessoa nos sentimos de um jeito, com outra pessoa o jeito muda. E os sentimentos também.

Acredito que uma das mudanças mais importantes na esfera da sexualidade diz respeito aos impactos da afetividade no apetite que se tem. Quando se é jovem, basta pensar, criar uma imagem na mente e pronto. O organismo reage favoravelmente e, tanto eles quanto elas já se mostram dispostos. Nas idades mais maduras, imagens não são suficientes. Há que se ter apreço e confiança em relação à pessoa com quem faremos sexo.


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Homens que há um bom tempo já não têm uma ereção plena – e confiável –, ao conhecerem um novo alguém que demonstra carinho, que é paciente e vive de bom humor, voltam a ter uma relação incrivelmente prazerosa, justo quando já não se sentiam mais homens! Há uma ideia errônea sobre o que é ser homem na cama. Homem pode ser bom de cama mesmo sem ereção.

A ideia mais comum é a de uma transa vigorosa e demorada, ao modo bate estaca, o que para muitas mulheres é incômodo ou até mesmo insuportável. Uma mulher mais velha, com certeza vai detestar isso. Especialmente se ela também anda meio destreinada. Daí poderá até mesmo se sentir estuprada. Tanto quanto o homem, ela precisa se sentir segura numa relação mais íntima.

Jamais aconselharia ao casal ir para a cama num primeiro encontro, mesmo que o apetite dos dois estivesse a mil. Nem cama, nem tapete áspero, pia da cozinha ou banco traseiro do carro. O risco de não dar certo é muito grande.

Uso a expressão primeiro encontro, mas pode ser que o casal precise namorar alguns meses, até terem a liberdade de se abrir um com o outro e conversar tranquilamente sobre o que cada um espera na esfera sexual, suas dificuldades e suas fantasias (por que não?). Há pessoas que ainda estão traumatizadas, mesmo depois de um longo relacionamento anterior. Viver junto, ter sido casado, casada, não significa ter tido uma sexualidade rica, plena e feliz. Meu conselho é que se vá tateando, ganhando terreno aos poucos.

Conversas maliciosas e toques ligeiros vão esquentando o clima, fazendo com que se desinibam e se apreciem. Os corpos já não são mais tão fortes e rijos. As marcas e cicatrizes da vida, tanto internas como externas, precisam ser acolhidas e respeitadas. As coisas serão mais fáceis depois de estabelecer uma amizade a partir da qual o casal evolui para uma boa transa, do que fazer o caminho contrário.

Depois do climatério, fase que precede a menopausa e que dura por alguns anos após, aparecem muitas alterações: hormonais, perceptivas, emocionais e mesmo atitudinais, que muito pouco terão a ver com o sexo tal como acontecia antes. A mulher pode ficar sequinha, especialmente se e quando sente medo de fazer sexo. E o homem poderá estar inseguro, sobre ser ou não capaz de agradar. E não falo somente sobre a relação ele-ela. Pode ser ele-ele e ela-ela.

Sem confiança em si e na outra pessoa, o sexo total não deve se fazer presente de início. O desejo merece ser cultivado e o respeito tem que ser aplicado. Além disso, quando ambos já foram casados por décadas e têm pouca experiência sexual, aí sim é que fica mais interessante que primeiro se conheçam bem, que conversem muito entre si, antes de testar seus dons de agrado e de gozo.

É altamente provável que no primeiro encontro ambos estejam inseguros e constrangidos. Que se preparem, então, para o desapontamento, que considerem seriamente a possibilidade de ele não conseguir e de ela não chegar ao orgasmo. Aliás, o mais provável é que as coisas se passem exatamente assim. Acontece, mas muito raramente será diferente disso.

Tendo estabelecido uma relação de verdadeira amizade e de muito bem querer, ambos poderão se abraçar e rir juntos do ‘mau jeito’ de um e/ou de outro. E daí? O mundo não foi feito em um dia! Difícil que o primeiro encontro sexual seja exatamente tudo aquilo com que se sonhou. O relacionamento sexual também amadurece. Quando as duas pessoas estão dispostas e empenhadas em serem felizes juntas, ambas terão de colaborar para se ajustar.

Muitos homens, mas principalmente as mulheres, creem que sexo é bom quando acontece espontaneamente. Porém não é bem assim. Para ter uma boa vida sexual, é bom marcar dia e hora e, se prepararem para ESTAR JUNTOS. Um dos graves erros que casais casados cometem é se procurarem quando ele está nervoso e ela está esgotada.

O sexo fica pobrinho, rápido e engata no automático. Marcar hora faz com que cada qual se arrume e se perfume com discrição, que fique pensando e que fique sonhando com detalhes, que se façam surpresas e, estando junto, que se enfiem numa bolha totalmente privativa, onde ninguém e nada mais importe, além do casal. Com isso, o apetite pode ir crescendo até que.

Os casais jovens cometem o erro de levar todo mundo para a cama com eles. Além dos filhos, entra pai, entra mãe, entra sogra e vizinhos. Falam de tudo e todos participam. A cama fica cheia de fantasmas, parecendo praça pública. Mais um bom conselho: - Não repitam essa fórmula.

Nada de conversar dos e das ex, de contar gracinha de neto ou desgraças de filhos, não levem o gerente do banco, o abusado do amigo sem vergonha, a secretária esquecida, a cunhada gostosa ou horrorosa para o mesmo travesseiro. Ninguém merece. E não haverá sexo que resista.

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