Verdade seja dita, não é nada confortável quando a impotência bate à porta da relação. Entretanto, que uma segunda verdade seja dita também: não é o fim do relacionamento, nem do sexo e muito menos é o fim do mundo.

Trata-se de um problema que não escolhe casais – afeta tanto héteros quanto homossexuais – e precisa ser discutido a dois. Aliás, a atitude do par é bem importante para garantir a longevidade da vida a dois.

Falhar na hora do sexo pode estar relacionado aos mais diferentes fatores, desde um dia estressante no trabalho ou o preservativo que está incomodando até preocupações financeiras, cansaço, ansiedade e expectativa pela transa. Pode, ainda, estar associado a doenças.

Saber o que está por trás ajuda a driblar o constrangimento. "Quando há informação, tudo fica mais fácil de entender e resolver. É necessário compreender os motivos que levam à disfunção erétil naquele momento ou o que fazer quando é algo que não está acontecendo pela primeira vez", defende Gislene Teixeira, sexóloga, especialista em relacionamentos e mediadora de conflitos.

Impotência sexual x masculinidade

Impossível ignorar, também, que a impotência mexe com o ego do homem, afetando sua masculinidade. Com poucas exceções, é bastante provável que ele se sinta a pior das pessoas e dos parceiros. Dependendo da forma como enxerga tal adversidade, é bem possível que surja uma crise no casamento.

E tal cenário só consegue ser resolvido quando houver uma abordagem proativa e madura pelos dois lados do casal. "Ambos se encontram em um nível equivalente e, como adultos, devem cuidar de si e oferecer seu melhor para a relação, dando o que o outro necessita e recebendo em nível semelhante do parceiro", frisa Roberto Debski, clínico geral, psicólogo e facilitador em constelações sistêmicas

De acordo com ele, o papel de cada um é ajudar o par a superar os problemas, fortalecer a relação e buscar uma solução saudável, inclusive ajuda profissional, médica e psicológica, quando for necessário. "Tanto um quanto o outro deve estar aberto a essa ideia e agir de acordo com o propósito, mantendo o cuidado da relação", pontua.


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Segundo a sexóloga, é extremamente necessário que o homem se sinta acolhido, querido (e ainda desejado) no momento em que ele não corresponde ao que é esperado: "Assim, vai descobrir que há outras tantas práticas a serem realizadas e, mais importante que isso, que realmente há parceria e cumplicidade com a pessoa com quem está dividindo a cama e a vida".

O diálogo entre o casal, nessas horas, é fundamental. "Deve vir em primeiro lugar. Trata-se de algo essencial para toda e qualquer relação. É fundamental que o casal converse, pois ambos podem vir a se culpar pelo cenário e é através da conversa que podem se apoiar na solução do problema", defende Ellen Moraes Senra, psicóloga e especialista em terapia cognitivo comportamental.

Sins” e “nãos” para a impotência 

Se o par tem papel tão importante diante da impotência, as atitudes que ela ou ele adota podem fazer toda diferença na longevidade do relacionamento. A seguir, os três especialistas dão dicas de como agir – e do que não fazer de jeito nenhum – quando o parceiro fica ou está impotente.

  • Conversar para tentar entender a causa é necessário. Às vezes, o problema pode ser emocional e o diálogo é suficiente para alinhar as expectativas do casal.
  • Jamais dê risada, cobre explicações ou faça comparações com outras pessoas. Além de desnecessário, é deselegante e vai afetar a autoestima do homem.
  • Não dê chilique nem se coloque na posição de vítima. Fazer cena de novela ou colocá-lo no banco dos réus só vai constranger ainda mais.
  • Durante o sexo, tire o foco do pênis. O órgão não precisa ser o "rei" da transa, como se fosse a única coisa importante. O ato sexual também não deve se limitar à penetração. Explore o corpo como um todo, fazendo carícias em pontos que nem sempre são estimulados ou aposte no sexo oral, por exemplo.
  • Recorra ao que costuma dar certo para ambos relaxarem: uma taça de vinho, um banho a dois, cafunés eróticos… Mesmo que o ato sexual não se concretize, há muitas formas de encontrar prazer com o parceiro.
  • Se não souber como agir na hora, não faça nada. Simplesmente deite a cabeça no peito dele, abrace-o ou faça o carinho que sentir vontade.
  • Manter assuntos tabus longe do dia a dia ou ter segredos na relação não faz bem para a vida a dois, em qualquer ocasião. Tais situações não devem existir para que a parceria seja realmente eficiente.
  • Se for necessário procurar ajuda profissional, o par deve acompanhar. Isso faz toda a diferença e demonstra que está ali para apoiá-lo.
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