Residências para idosos em diversas partes do mundo têm ganhado novos hóspedes: jovens que não têm recursos para financiar uma moradia. A proposta, que apareceu nos Estados Unidos e na Holanda, começou a se espalhar por outros países.

Nos Estados Unidos, por exemplo, três jovens alunos do Cleveland Institute of Music vivem em uma comunidade para aposentados, a Judson Manor (Clique aqui para acessar o site). Não pagam nada – só têm de fazer apresentações musicais para os cerca de cem moradores do local pelo menos uma vez por mês.

dois jovens tocando instrumentos em uma residências para idosos Jovens músicos da residência Judson Manor fazem apresentação de jazz para moradores mais velhos; crédito: reprodução/YouTube

Para os jovens, é quase a extensão da família, contou Justine Myers, 23 anos, à rede canadense CBC. “É como se eu tivesse muitos avós extras”, diz ela, que estuda oboé. Para os moradores mais velhos, é uma alegria. “Ouvir essa música maravilhosa, bem tocada por jovens promissores, é muito empolgante. É quase como uma dose de adrenalina”, diz Betty Hinchliff, 100 anos.

Mas as apresentações obrigatórias vieram combinadas com outras atividades. Com a aproximação das gerações, muitos viraram amigos e passam o tempo cozinhando, pintando ou batendo papo.

RELAÇÃO GANHA-GANHA

Na residência Humanitas, na Holanda, quem tem mais e menos idade também fica junto. As condições, no entanto, são diferentes da americana. Universitários podem morar de graça, mas têm de oferecer, no mês, 30 horas de seu tempo.

Nessa troca, os jovens ganham papel de professores, ensinando os mais velhos a usar e-mail, Skype e mídias sociais. Atividades artísticas, como grafite, e sociais, como comemoração de aniversários, também fazem parte da lista.

idosos reunidos em uma sala de uma residências para idosos Moradores da residência Judson Manor acompanham apresentação de jovens; crédito: reprodução/YouTube

A aproximação promovida por essas propostas intergeracionais reverbera ainda de outras maneiras. A solidão e o isolamento – considerados dois dos maiores problemas entre pessoas mais velhas – são reduzidos. A impaciência característica da geração mais nova é minimizada.

Essa relação ganha-ganha tem outro benefício para os seniores. Os laços de amizade permitem identificar no outro, por exemplo, mudanças de comportamento – por vezes, muito mais rapidamente do que a equipe de cuidadores ou de saúde.

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