"As cartas não mentem jamais". Atribuída ao povo cigano, a máxima é repetida há décadas por tarólogos e amantes do oráculo. E se é mesmo verdade que elas nunca mentem, sempre é tempo de dar uma olhadinha nas previsões para 2019. Mesmo que só faltem quatro meses para o fim do ano.
"Você ainda tem a vida inteira pela frente, e suas decisões de hoje vão impactar de forma positiva ou negativa seu futuro", afirma o tarólogo Paulo Ferreira. Especialista em Tarô de Marsella, Cartas Xamânicas e Cartas do Caminho Sagrado, Paulo confirma que as cartas nunca mentem. “Quem lê e interpreta as cartas até pode errar. Mas quando a pessoa tira a carta, aquela carta é para ela”, garante Paulo.
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“Eu não trabalho com uma leitura fatalista ou determinista do Tarô. Na verdade, as cartas mostram possibilidades no momento da vida do consulente e antecipam tendências. A partir daquele momento, quais possibilidades se descortinam”, explica. Para Paulo, que atende em seu apartamento no bairro do Estácio, Centro do Rio, ou na casa do consulente, a ideia é que o tarô sirva como um guia, um oráculo que mostre caminhos para as pessoas, possibilidades que ajudem na tomada de decisões, tanto na área da saúde, quanto na vida profissional, financeira, social e amorosa.
E para ajudar você a fazer as escolhas certas que impactarão diretamente na sua longevidade, apresentamos abaixo as previsões para 2019.
Previsões do Tarô de Marsella para os últimos meses de 2019
Vibe de setembro: Dez de Ouros
Dez de Ouros traz a plenitude que marca o fim de um ciclo. Está tudo ali: riqueza, pujança, alegria. Mas ela só virá se o dever de casa tiver sido feito com esmero e carinho. Afinal, esse arcano, como todos os outros do naipe de ouros, trata de valores, não só os externos, mas, principalmente, os internos. Então, se as regras foram seguidas, se a ética norteou nossas ações, é certo que os frutos serão colhidos. Isso se reflete em todas as áreas: na material/financeira e na afetiva.
Esse é um mês para não somente sermos recompensados pelo nosso bom comportamento. É, também, um período para se cultivar e se recuperar as boas tradições. Chama para reuniões em família. Que tal voltar a instituir aquele almoço de domingo para reparar as rusgas dos últimos tempos? Aquele almoço que sua falecida avó fazia questão de cumprir e que deixava a vivência mais leve? Nem toda tradição é negativa ou ultrapassada, afinal. Algumas tradições, inclusive, podem ser muito curativas. Sábios são, por exemplo, os índios e outros povos nativos que mantêm suas tradições como forma de integração e de sobrevivência de sua própria cultura.
Na vida material e profissional, sucesso à vista. Boa possibilidade de ganhos de litígios e advindos de heranças. Mas, só se seguimos tudo à risca. Do contrário, poderemos ser arrolados em processos que envolvem família e haja dor de cabeça. Na vida afetiva, os relacionamentos tendem a se concretizar e se oficializar: aquela paquera pode evoluir para namoro, e o namoro pode evoluir para um casamento! Quem está sem par, pode comemorar: ótimas possibilidade de se conhecer alguém especial, sério e que esteja em busca de compromisso!
Vibe de outubro: Nove de Copas
Esse arcano é indicativo de que um mês de bênçãos paira sobre nós. É o arcano que realiza os desejos mais íntimos, um período em que nos sentiremos preenchidos e acalentados com o resultado de nossas orações. Mas, atenção: os desejos realizados serão somente aqueles feitos com bom propósito e boas intenções. Aqueles que tiverem como origem a cobiça ou a autoindulgência, o egoísmo e a vontade de prejudicar o próximo não terão lugar. Ao contrário: para esses, será um mês de profunda insatisfação e de desilusão – os enganos sobre o que queremos e o que realmente precisamos se mostrarão sem dó, para nosso bem.
Afinal, esse é o mês da alegria e da pureza, não à toa, no mês das crianças. Será um mês fértil e abundante e, quem souber aproveitar, com sabedoria, irá se dar bem. Na vida profissional, reconhecimentos pelo bom trabalho, com possibilidades de promoção e aumentos. Na vida afetiva, fortalecimento dos compromissos entre os pares e até mesmo uma gravidez à vista. Quem está sozinho, terá um período farto de opções e, no meio delas, aparecerá alguém que corresponderá justamente aos seus anseios mais profundos.
O importante, no entanto, é tomar cuidado com a arrogância que pode nos tomar de assalto durante esse período tão benéfico na vida pessoal. O mundo está em plena transformação e precisamos manter a humildade e olhar sempre para o outro: usemos nossos bons períodos para também trazer benefícios àqueles que nos rodeiam e reconhecer que a vida é cíclica, de altos e baixos. Aproveitemos bem os períodos de alta, com sabedoria, para expandir nossa alegria e fertilidade no entorno, para que possamos ser acolhidos e socorridos nos períodos de baixa.
Vibe de novembro: Três de Espadas
Esse arcano nos traz de volta à dolorosa realidade. A alegria, a fertilidade e o sucesso que buscamos são genuínos ou cortinas de fumaça para encobrir nossas dores mais profundas? Esse mês traz uma oportunidade de reflexões sobre aquelas chagas que guardamos bem lá no fundo e que, de tão escondidas, não acessamos ou fingimos não ver. No entanto, não quer dizer que essas dores não existam e, esse mês, não só será impossível escondê-las, como elas virão à tona, quer queiramos ou não.
Seremos convidados a revisar nossa vida. Na vida profissional, o que nos realiza? Podemos confiar em quem está à nossa volta? Cautela redobrada em confidências no ambiente de trabalho. Insatisfações compartilhadas com colegas podem se virar contra você. Medite sobre o que realmente te faz feliz: quando você tira todo o sucesso e projeção profissional, o que sobra? Momento máximo de introspecção.
O mesmo sobre a vida afetiva: aquela relação tão intensa tem laços realmente fortes? O relacionamento existente comporta um par ou há mais alguém na área criando um – não-desejado – triângulo amoroso? E você, em que vértice desse triângulo está? Sofremos a dor ou seremos agentes dele? Talvez seja hora de romper o relacionamento. A dor será intensa, mas você se livrará de um grande engano. Se você está sozinho, muito cuidado na hora de se envolver com alguém: sua percepção sobre o que você deseja e quem você quer atrair está nublada e podem te confundir sobre o parceiro que atrairá.
O Três de Espadas nos convida a acessar a razão e cortar na carne aquilo que parecia fabuloso, mas se revela um reflexo de nossos conceitos equivocados sobre a vida. Se estiver muito difícil, busque apoio espiritual. Mas se antecipe, corte! Vai sangrar, vai doer, mas vai curar e cicatrizar.
Vibe de dezembro: Dez de Espadas
O ano se encerra com uma necessidade completa de limpeza. Chegou a hora de mexer nos escombros, romper padrões, mudar comportamentos. Aproveite toda a boa energia que reuniu nos meses de abastança para encarar um momento de profunda desilusão. Ela trará muita dor e tristeza, uma sensação de morte, uma angústia, um luto pelo que, até então, entendíamos como a vida ideal que sempre desejamos. Mas, ainda que estejamos relativamente satisfeitos com o que temos, muita coisa ali não é real, ou não é suficiente para nosso pleno desenvolvimento. E aí, as coisas começam a dar errado e não entendemos o porquê.
Somos, então, arrebatados por um tsunami de situações que nos levam a entrar em crise profunda. O casamento marcado desaba com a notícia de uma infidelidade entre os pares. Não é preciso dizer que, para quem está solteiro, a hora é de se reconstruir internamente, antes de buscar o parceiro. Aquela promoção no trabalho se revela uma tremenda armadilha – ou não damos conta do recado ou o novo cargo nos traz problemas de toda ordem e nos coloca em cheque em um ambiente onde até então éramos uma grande promessa. A demissão, então, se torna uma possibilidade quase concreta.
O Dez de Espadas, no entanto, não é o portador das desgraças. Ele só deixa evidente aquelas coisas que nos recusávamos a ver ou nos mostra que tomamos decisões que eram aparentemente certas, mas que se revelaram grandes equívocos. Que eram resultados de padrões aos quais éramos apegados e que reproduzíamos desde sempre. A proposta, então, não é nos fazer de vítimas. É encarar a queda como um fim de ciclo, de uma fase, que teve suas boas coisas, mas que não nos levarão para nossa próxima fase evolutiva. Então, a ideia é abrir mão e abraçar as rupturas de forma plena e construtiva: como em todo naipe de espadas, o corte dói, mas cicatriza. E os cortes são sempre nos excessos, no que é falso e desnecessário, nunca no que nos realmente é mais caro. Aqueles mais dispostos a mudar de comportamento e a quebrar seus próprios padrões têm mais chances de renascer. Encerre o ano mais leve, livre das ilusões, preparados para um 2020 em que estaremos mais fortes e preparados para os próximos desafios.
