Partindo da premissa que o não a gente já tem, cheguei à conclusão que sentimos muito medo de arriscar de bobeira. Se já temos o não, por que o medo? O medo é do “se”, que atravanca nossos planos e sonhos.

Já ouvi muito que as pessoas mais velhas “perdem o filtro”, mas eu mudaria isso para perdem o medo, perguntam sem vergonha, abordam com mais facilidade, arriscam mais e não se intimidam com algumas situações que antigamente fariam o pânico se instalar. E isso não tem a ver com idade e sim com experiência. Eu precisei ter um câncer pra entender isso, pra entender que o não eu já tinha, que nada era mais real que isso e que a qualidade da minha vida dependia também de como eu a enxergasse, de como eu agisse e do quanto eu arriscaria.

Só aí eu me toquei que acordar todo dia era uma tremenda emoção e de como viver é um misto de aventura e perigo.

Há 11 anos, quando eu tive o primeiro diagnóstico, a primeira coisa que eu pensei foi a de quantas coisas eu ainda não havia feito, será que haveria tempo? Foi aí que eu percebi que o tempo é o nosso bem mais precioso e que não há tempo a perder.

A máxima já diz: Tempo é dinheiro.

Eu diria que tempo é tudo e o “se” é um inimigo a ser vencido; que reclamar não soluciona o problema, mas encarar o problema de frente com coragem é um desafio, no meu caso uma grande motivação para ir tirando os “ses” da frente e vivendo a vida como se todos os dias fossem os últimos.

Dinheiro, com certeza, de problema virou solução. Nunca mais reclamei por falta de dinheiro para isso ou aquilo, aprendi a administrar o que eu ganhava e assim realizar meus sonhos de viajar, por exemplo.

Não que eu tenha virado uma louca, caloteira e sem responsabilidade, mas sim, entendido a valorizar o que tem valor e a colocar cada assunto no seu devido lugar.

Viajar é a coisa que eu mais gosto de fazer e até quando a viagem não atende às minhas expectativas eu agradeço pela oportunidade de ter ido com a certeza de não querer mais voltar. Foi dinheiro mal gasto? Não, foi aprendizado!

Para alguns pode parecer conformismo, mas saibam que eu não tenho nada de conformada, só aprendi e decidi que na vida mais vale se arrepender do que se fez e não do que deixou de fazer. Ah, e isso vale para o amor também! Tudo bem que ainda estou arriscando a conhecer o amor da minha vida, o não eu já tive nos antigos relacionamentos, não é mesmo?

Conselho de uma jovem senhora experiente: arrisque-se, viva como se não houvesse amanhã, pratique atividade física, use protetor solar, o não você já tem, sua vida pertence a você e os “sins” não caem do céu, são uma conquista diária.

Boa sorte!

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