Há dois anos eu resolvi que iria aprender inglês, minha grande motivação foi a mudança do meu filho para a terra do Tio Sam. Não é de hoje que a língua inglesa é um desafio para mim e não adianta todo mundo falar que “inglês é fácil”, pois desde o ginásio (na minha época era ginásio) que o tal inglês tem sido um grande algoz na minha vida.

Mas na crônica de hoje eu quero falar de dificuldades, tenho que confessar que não é só a língua inglesa que me mete medo, sou péssima com números, não sei falar de política e toda e qualquer legislação me dá um nó na cabeça.

Dia desses, conversando com uma amiga e lamentando todas essas minhas dificuldades, muito chateada comigo mesma, me achando burra e uma tremenda propaganda enganosa, eu ouvi dela uma versão tão mais bonita de assumirmos nossas dificuldades que me fez pensar em mais uma, que é a dificuldade de não nos enxergamos como realmente somos. Afinal de contas, não existe, nesse mundo, alguém que só tenha defeitos ou somente qualidades. E nessa incursão pra dentro de mim mesma, por não entender e aprender tudo com facilidade, por não ser essa pessoa “genial” que eu gostaria de ser, que me dei conta de quanto, com as coisas que eu realmente sei, sou importante e posso acrescentar na vida das outras pessoas.

Minha amiga me convenceu disso tudo quando me disse:

“Estamos vivendo num mundo onde todo mundo acha que precisa saber de tudo e opinar sobre tudo, e isso é muito chato!!!!! Quando as pessoas se livram disso, elas ficam muito mais leves...”

Na verdade, ela que inspirou esse texto, pois falou muito mais que isso: me mostrou que pessoas são diferentes, com talentos diferentes e que algumas emocionam só pelo seu jeito de ser, de falar, por seu sorriso fácil, por suas sacadas bem humoradas, por serem pessoas que entendem de pessoas e que por isso se tornam admiráveis, encantadoras e amadas.

Nas palavras dela, saber mais alguma coisa e ser capaz de mais alguma coisa além do que a gente sabe e tem facilidade é só mais uma possibilidade e não uma obrigatoriedade.

O que faz sentido pra mim pode não fazer pra você e vice-versa. Isso sim faz o maior sentido!

E eu, que já estava desistindo de aprender inglês, resolvi tentar um pouco mais. E você, que está lendo agora, talvez não tenha entendido nada, mas nem tudo que faz sentido pra mim, faz sentido pra você, não é mesmo?

Obrigada, Renata, por ter me feito pensar nas minhas possibilidades, por ter mostrado o quão inteligente eu sou e como eu faço e provoco coisas incríveis em algumas pessoas, não em todas é claro, até porque isso não faria o menor sentido!

Te amo.

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