O estudante de turismo Carlos Eduardo Scaramboni, 24 anos, só queria ajudar. Ao ver o inglês Terry, 73 anos de idade, na missão de descobrir sozinho a cidade de São Paulo e sem falar português, se dispôs a ser o cicerone. Passearam pelos principais pontos turísticos, com direito a paradas no Museu da Imigração e no Memorial da América Latina.

No fim, mais do que lembranças de monumentos, museus e parques, ficou também uma amizade. Os dois começaram a se falar por e-mail e redes sociais. E o inglês, que está escrevendo um livro sobre o Brasil, voltou outras três vezes. Em todas, teve a companhia do amigo brasileiro.

“Ele é muito mente aberta, tem mais de 70 anos e alma jovem”, descreve o estudante. Além de preparação física: “Ele é impressionante em termos de disposição. Quando perguntei qual é o segredo, ele respondeu apenas ‘genética’.”

Neste ano, Carlos Eduardo contou ao inglês que planejava ir à Itália, terra natal de seus antepassados. Ouviu que, se quisesse, teria companhia. Em meados de junho, Terry encontrou o amigo no norte do país. Visitaram Veneza, Florença e Nápoles, num percurso que durou três semanas.

O brasileiro seguiu a programação que havia planejado. E o inglês não pediu nenhuma alteração. Nem mesmo na hospedagem – Carlos Eduardo havia reservado cama em hostel, espécie de albergue da juventude, com preços mais em conta e muita socialização entre os hóspedes.

Falando em inglês, discutiram de política a arquitetura. A diferença de gerações não é assunto que entre em pauta. “A idade pesa para algumas pessoas, mas não para ele. Não é um coroa”, resume Carlos Eduardo.

Terry deixou a Itália no dia 6 de julho. Carlos Eduardo, no dia 10. Um já tem convite para visitar o Brasil. O outro para conhecer a Inglaterra. “Uma das frases que ele repete muito é: ‘Faça de cada dia uma nova aventura’. Estou seguindo o conselho”, finaliza o estudante.

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