Uma casa pode assumir inúmeros significados dependendo de cada pessoa. Pode ser um local de passagem ou apenas um pouso entre as idas ao trabalho e os encontros na rua. Pode também ser uma fonte de lembranças familiares, um porto seguro para quem é mais recluso ou um lugar para receber amigos.

Para o jornalista Cid Moreira, a palavra casa significa muito mais do que um espaço repleto de móveis. Localizado em Petrópolis, o apartamento onde mora hoje é uma moldura de sua vida profissional, assim como um reflexo de sua relação com a esposa, a também jornalista Fátima Sampaio.

Cid Moreira e a esposa, Fárima, se olham enquanto estão apoiados na janela do apartamento em Petrópolis.

Crédito: Carlos Leandro

Juntos há mais de 20 anos, Fátima e Cid construíram não apenas um lar acolhedor, mas uma história em quatro paredes. Em cada canto, uma lembrança de viagens que fizeram juntos ou de eventos dos quais participaram. A coleção de canecas é um exemplo, cada uma representando um momento importante na vida do casal.

Um refúgio em casa

O apartamento em Petrópolis foi escolhido pelo casal para enfrentar o momento de pandemia do coronavírus. Moldado a dedo por Fátima e Cid, o espaço também foi pensado para suprir todas as suas necessidades neste momento de maior reclusão.

“A gente acabou criando uma relação muito maior com o lugar onde estamos agora. Viajávamos muito antes da pandemia, mas sempre fui muito caseiro também”, comenta Cid.

“Eu faço algumas comidinhas pra gente em casa também. Gravamos os vídeos que vão para o canal do YouTube e gostamos de jogar tranca”, completa Fátima. O cinema é algo que também não pode faltar na rotina do casal, que sempre reserva um momento do dia para ver um filme ou uma série.

As palestras realizadas por Cid também se adaptaram ao momento, e agora ele faz tudo on-line. “Tenho uma relação muito tranquila com a internet”, pontua. “Com ela, consigo fazer muita coisa, e muita coisa ao mesmo tempo. O dia passa e você nem nota”.

Cuidados para viver mais

E para que o apartamento se transformasse realmente em um refúgio, o casal precisou repensar a organização de alguns móveis e até mesmo a inclusão de alguns materiais, justamente para evitar acidentes. Enquanto caminha pela sala, Fátima mostra os locais em que precisou mexer para garantir sua segurança e a de Cid.

Embaixo dos tapetes, por exemplo, colocaram antiderrapantes. As escadas, que antes não tinham apoio, agora contam com corrimões bem firmes. Tudo para evitar uma queda ou outro tipo de machucado que poderia se tornar algo muito mais sério.

Cid Moreira desce as escadas de seu apartamento, apoiado nas barras de proteção no corrimão.

Crédito: Carlos Leandro

Além desses cuidados, Cid preza muito pela sua saúde e pelo seu bem-estar físico. Ele tem alguns equipamentos de ginástica guardados em outro cômodo do apartamento e agora está apaixonado por pilates.

“Eu sempre pratiquei muito esporte. Já joguei basquete, fiz natação e me fixei no tênis. Antigamente, jogava sempre ao meio-dia, que era justamente o horário em que ninguém queria jogar”.

Os cuidados com a comida também sempre fizeram parte de sua rotina. “A alimentação é uma coisa que sempre chamou minha atenção, desde garoto. Por exemplo, na minha época, carne de porco fazia parte da nossa cultura. A comida que não era feita com banha de porco era secundária. Mas aí fui atacado por furúnculos e não podia nem sentar, tive febre e muito mal-estar.”

Desde então, parou de comer qualquer coisa feita com porco e até com outras carnes também, e atualmente tem uma alimentação baseada principalmente no consumo de frutas. “Mas eu falo por mim, né? Meu pai ia fazer 98 anos quando morreu e adorava torresmo. Depende de cada um”, explica.

A história de Cid Moreira emoldurada na parede

Para quem vai pela primeira vez ao apartamento em Petrópolis, o que mais marca é a oportunidade de conhecer de perto a história profissional de Cid Moreira. Ao longo das paredes, retratos de seu trabalho na bancada do Jornal Nacional. Para quem não sabe, Cid foi eleito o âncora mais memorável na celebração de 50 anos do programa em 2019, com mais de 60% dos votos.

Um corredor do apartamento chama atenção de forma especial: destacado na parede, um quadro com a coleção de 24 CDs da Bíblia em Áudio, um dos trabalhos que mais marcaram o jornalista.

Gravar a Bíblia sempre foi um sonho. Uma empreitada árdua, sem dúvidas, mas que lhe trouxe uma felicidade inimaginável. As gravações levaram cerca de sete anos para serem concluídas - um longo período, mas um reflexo de sua dedicação, pois quando decide fazer algo, entra de cabeça e só termina quando tudo está perfeito.

E o resultado desse esforço todo não tardou a vir. Uma das apresentações da Bíblia em Áudio ocorreu no Instituto Benjamin Constant, uma instituição de ensino para pessoas com deficiência visual. Para muitos presentes ali, a voz de Cid proporcionou uma experiência que não teriam de outra forma: o primeiro contato com a Bíblia.

O segredo é fazer o que ama

Aos 94 anos, Cid Moreira segue apaixonado pela profissão e, por isso, reservou um canto especial em seu apartamento para continuar trabalhando. No escritório nos fundos, no primeiro andar, Cid pensa, cria, escreve, grava, coordena e mete a mão na massa. Ali estão todos os seus equipamentos: computador, microfone e até teleprompter. Tudo pensado para produzir conteúdo da melhor qualidade.

E é assim que passa boa parte do dia: trabalhando. Fátima comenta, orgulhosa: “É sua paixão”. E Cid explica: “Se o cara não tem uma ocupação, a vida fica meio chata. Não tem objetivo, né? Meu pai também foi assim, trabalhou até os 96, 97 anos. Me serviu de exemplo”.

Cid Moreira trabalhando em seu escritório. Ele edita um programa no computador.

Crédito: Carlos Leandro

No mesmo espaço, Cid guarda o rádio que comprou com o primeiro salário, uma lembrança de seu amor pelo que faz. “Eu comprei ainda garoto, era o rádio mais moderno da época".

Numa estante, livros de diferentes religiões (e não apenas a Bíblia) e em outra, mais relíquias de suas viagens com Fátima. Em um armário, algumas coleções gravadas de seu trabalho.

O próximo passo agora é construir uma cabine de som no escritório para evitar ruídos externos e, assim, produzir gravações cada vez melhores.

Lar é onde mora o nosso coração

Em toda a história marcada no apartamento de Cid, uma coisa prevalece: o amor pela esposa. O cuidado que um tem pelo outro reflete no bem-estar de ambos, e isso é visível para qualquer um que passe um dia em sua companhia.

Ao final da entrevista, quando perguntado sobre o que transforma uma casa em um lar, Cid respondeu: “O mais essencial para mim é ter uma boa companheira”.

Cid Moreira e a esposa, Fátima, olham a vista de sua janela em seu apartamento em Petrópolis. Eles se abraçam.

Crédito: Carlos Leandro


Não fique desprotegido em casa! Clique aqui para adquirir o guia gratuito "Cuidados domésticos para quem tem 60 anos ou mais", criado pela MAG Seguros em parceria com o jornalista Cid Moreira.


Compartilhe com seus amigos

Receba os conteúdos do Instituto de Longevidade em seu e-mail. Inscreva-se: