É comum ouvirmos dizer que os idosos são invisíveis para a sociedade. Que precisam conquistar mais espaço. Mais respeito. Pois um grande exemplo nesse sentido foi dado por uma ilha do Caribe, na América Central. Afinal, os cidadãos centenários de Barbados foram homenageados com seus retratos impressos em uma coleção de selos postais.

Ao ser lançada, ela se tornou a maior edição de selos já produzida no país insular. No total, foram 27 estampas diferentes, 20 delas de pessoas com 100 anos na época da impressão e outras 7 de indivíduos ainda mais longevos, com idades entre 105 e 110.

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A série limitada dos centenários de Barbados ficou disponível nos correios públicos da ilha durante três meses, quando foi colocada em circulação. Cada selo custava 65 centavos de dólar barbadense, o equivalente a R$ 1,28.

Não é mais possível comprá-los para enviar cartas. Porém, há ainda uma esperança para colecionadores: ficar de olho em um site britânico que se dedica justamente às coleções de selos daquela ilha do Caribe. E comercializa exemplares usados.


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O censo de 2016 de Barbados, ano que inspirou a iniciativa, contou 114 centenários vivos, dos quais 11 homens. Em 2017, uma pesquisa do Comitê Nacional do Envelhecimento (NCOA) contabilizou mais 38 mulheres e 10 homens para fazer parte desse grupo de longevos.

De todas essas pessoas, 27 foram imortalizadas na coleção de selos. Um tipo de visibilidade bem particular, lembrando que nenhum idoso, sem exceção, pode ser invisível para a sociedade.

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Um exemplo para o Brasil

É justamente por essa razão que Regina Helena de Mello Helou, fundadora e vice-presidente do Projeto Velho Amigo, que defende a causa dos direitos humanos dos idosos e contribui para a sua inclusão social no Brasil, aplaude a coleção de selos dos centenários de Barbados.

“Toda e qualquer iniciativa que valorize o envelhecimento é fundamental”, afirma. “Só faremos a sociedade entender que toda ela está envelhecendo com ações que evidenciem e tornem protagonistas os idosos. Esses selos de Barbados são como um prêmio para essas pessoas que os estampam.”

Em sua percepção, a longevidade no âmbito brasileiro ainda não é vista como algo positivo. “No Projeto Velho Amigo, falamos muito sobre discriminação etária e ageísmo no país”, diz. “Nosso slogan é: apoie, respeite, valorize, velho é o seu preconceito.”

Ela diz não conhecer no Brasil nenhuma ação em prol das pessoas mais longevas que tenha a amplitude da criação dos selos postais da ilha do Caribe. “Trata-se de um ótimo exemplo vindo de fora e que poderia inspirar algo semelhante por aqui”, conclui.

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