Que passar um tempo com os netos é uma delícia, todo mundo sabe. Agora, um estudo americano mostrou que não apenas é gostoso, como também faz bem. Avós que estão mais próximos têm mais saúde psicológica e menos depressão do que quem não passa tanto tempo com eles. 

Para chegar a essa conclusão, pesquisadores do Boston College avaliaram dados de 374 avós e 356 netos adultos. “Descobrimos que uma relação emocionalmente próxima está associada a menos sintomas de depressão para ambas as gerações”, afirma a professora Sara Moorman, responsável pela pesquisa. “Avós e netos adultos podem ser recursos reais uns para os outros.” 

O estudo, publicado na revista científica “The Gerontologist”, indicou ainda que dar ou receber suporte tangível – financeiro ou em tarefas, por exemplo – afetou para melhor o bem-estar psicológico dos avós. “Encorajar mais avós e netos adultos a se envolverem nesse tipo de intercâmbio pode ser uma maneira frutífera de reduzir a depressão em adultos mais velhos”, considera. 

Mas, se os avós apenas recebem auxílio – sem poder colaborar com os netos –, o resultado é diferente: os sintomas depressivos aumentam. “Se um avô tem ajuda, mas não pode retribuir, ele ou ela se sente mal. Os avós esperam poder ajudar seus netos, mesmo quando eles crescem, e é frustrante e deprimente para eles dependerem de seus netos”, disse Moorman. 

Os benefícios da proximidade vão além: as avós que estão na pós-menopausa e tomam conta dos netos reduzem o risco de desenvolver Alzheimer e outras doenças cognitivas. A constatação é de uma pesquisa feita pela “Women's Health Aging Project”, na Austrália, que aplicou três testes diferentes para medir as habilidades cognitivas de 186 mulheres entre 57 e 68 anos de idade. Delas, 120 eram avós. 

Quem passava pelo menos um dia por semana com os netos teve resultados melhores. Só há um porém: quem ficava cinco ou mais vezes por semana com eles tinha resultados significativamente menores. 

Os pesquisadores identificaram ainda que as vovós que costumavam ajudar sempre sentiam que os próprios filhos exigiam muito de seu tempo. Eles sugerem que essa demanda afetou o humor delas – o que impactou a função cerebral. 

CONTATO VIRTUAL 

Outro estudo – este publicado pela “Proceedings of the National Academy of Sciences” – descobriu que membros da família que passam muito tempo longe têm risco 26% maior de morrer num período de sete anos do que as pessoas que estão mais socialmente engajadas. Permanecer em contato – mesmo que por meios digitais como Facebook e outras formas de mídia social – pode promover um envelhecimento mais saudável. 

DO OUTRO LADO 

Para os netos, qual é a influência da proximidade dos avós? Também é positiva, mostra um estudo do “Department of Social Policy and Intervention”, do Reino Unido. Um grande envolvimento dos mais velhos resultava em menos problemas emocionais e de comportamento dos pequenos – particularmente entre adolescentes filhos de pais separados ou divorciados. 

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