Nos anos 90, ele ficou nacionalmente como o Tio Sukita – personagem de um comercial de refrigerante. Se antes o ator Roberto Arduin era um homem de meia-idade que se interessava por uma jovem e que sempre tomava um fora, agora, aos 67 anos, ele é um senhor que, com um amigo, discute temas do universo do envelhecimento. Relembre o famoso comercial: 

Roberto Arduin nos comerciais da Sukita. 

“Aonde vou, sou conhecido por um personagem de 30 segundos na TV”, lembra ele. 

“Faz tanto tempo que agora já até me confundem com o Tio da Fanta”

Onde ia, conta Arduin, era abordado. “Parecia que era uma novela das oito que estava fazendo. Para mim foi ótimo financeiramente e em reconhecimento. Mas faz tanto tempo que agora já até me confundem com o Tio da Fanta”, ri o ator. 

Formado em arquitetura, abandonou o diploma e investiu nas artes cênicas. Na televisão, passou pelo SBT – nas novelas “Uma Rosa com Amor” (2010), “Marisol” (2002), “Chiquititas” (1999), “Fascinação” (1998) e “Éramos Seis” – e pela Globo, no seriado “Malhação” (2006). 

Roberto Arduin no seriado “Malhação” (Globo) e na novela “Uma Rosa com Amor” (SBT). 

No cinema, atuou em “Epopéia”, “Os Xeretas” e “Eu, Ele mesmo & Adriana”. Entre as peças de teatro que participou estão “Trair e Coçar... É Só Começar”, “A Aurora da Minha Vida” e “Meu Primeiro Amor”. 

Em novembro, ele volta aos palcos com a peça “Aeroplanos”, do dramaturgo argentino Carlos Gorostiza, um texto pelo qual se encantou há 12 anos. Traz a história de dois amigos que jogavam futebol juntos e que compartilham experiências, alegrias e angústias. Na época, acreditava estar novo demais para encarnar o papel e engavetou a ideia. “A delicadeza com que é contada a história: é um poema; não sei se sou muito apaixonado pelo texto e estou exagerando”, reflete. 

Tio Sukita Os atores Roberto Arduin, que nos anos 90 ficou conhecido como Tio da Sukita, e Antonio Petrin na peça “Aeroplanos”; Crédito: Divulgação

Numa obra do destino, encontrou-se, neste ano, durante uma filmagem, com o ator Antonio Petrin, que desde 2000 conduz “Velhos Protagonistas”, iniciativa que leva para os palcos olhares sobre o envelhecimento. E havia sido justamente ele que tinha adaptado a peça “Aeroplanos”, a paixão de Arduin. A montagem seria a terceira – e última – dentro do escopo do projeto. “Quando ele me chamou, eu nem acreditei.” 

A peça trata de amizade, abandono, futuro. “São temas pesados. Mas o que a peça passa é que a morte não existe. O que existe é a vida”, considera Arduin. “A idade não os deixa ficar para baixo. Eles querem voar, indo para a viagem, para o prazer, para a felicidade”, explica Antonio Petrin, 69 anos.  

Arduin só tem olhos para a peça. Mas abre uma brecha para falar sobre o comercial que o projetou. “Acabou em 2002, mas me lançou nacionalmente. E, claro, “Aeroplanos” – os locais e horários da peça estarão disponíveis neste link a partir de novembro. 

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