Os filhos saíram de casa, o casal se aposentou e diminuiu a carga de trabalho, e a casa não tem mais as mesmas funções de antes. Como deixá-la mais atraente e com uma cara nova, de preferência sem gastar muito?

Conversamos com a arquiteta Alessandra Matteo, 45 anos, sócia da Politi Matteo Arquitetura, especializada em interiores residenciais e corporativos, que nos deu dicas de como planejar todas as ideias de decoração.

A primeira coisa: saber quando mudar. “Não é a casa que vai te dar sinais. É o seu sentimento que vai te direcionar para a mudança”, diz ela.

“Você vai saber que é preciso mexer quando não sentir mais o aconchego daquele ambiente, não tiver mais vontade de ficar nele ou não se identificar com o lugar.”

Definido que a hora é essa, é preciso planejar as ideias de decoração. Se serão apenas trocas de peças de decoração ou se será algo mais complexo, que envolva mudanças estruturais.

“Para dar uma nova funcionalidade a um ambiente, tem de haver mais investimento e o envolvimento de profissionais. Para transformar um banheiro num lavabo, por exemplo, ou modificar a cozinha, transformar a sala de jantar num home theater… Isso envolve troca de mobiliário, além de reformas.”

Agora, se o trabalho for apenas na área da decoração, é mais prático. “Para dar uma nova cara, você vai trabalhar com pintura, adesivos, papel de parede, pintar um móvel com spray, revestir outro com tecido, trocar as almofadas, comprar um xale de sofá, a roupa de cama, a cortina… Tudo isso vai renovar a energia do ambiente e você vai ter um espaço com cara nova sem grandes gastos, já que pode fazer boa parte das coisas sozinho.”

E vale destacar o truque mais fácil e barato de todos quando o assunto é renovar os espaços trocar os móveis de lugar. Basta tirar o sofá daquela parede em que ele está há anos, empurrar a mesa mais pra frente, trocar a TV de canto e você já terá outro ambiente.

Quando a casa abriga pessoas com mais de 80 anos, é necessário pensar em deixá-la adequada para as possíveis limitações que estiverem chegando, eliminando barreiras ao uso dos ambientes.

“Antes de mais nada, uma casa com pessoas nessa faixa etária não pode ter tapetes que escorreguem. Eles tendem a arrastar mais o pé para caminhar, então têm de ser daqueles que ficam grudados no chão. O ideal também é evitar pisos escorregadios e escadas. E, nos banheiros, é preciso instalar barras de apoio tanto próximo ao vaso quanto no box”, afirma a arquiteta.

As cores podem se tornar aliadas, segundo Alessandra. As mais indicadas são as que revitalizam o ambiente: “Num quarto, é legal você ter o verde, que remete à cura; numa sala, um azul-turquesa, que transmite paz; e vermelho e laranja na sala de jantar, porque, com a idade, o apetite começa a ficar diferente, e essas cores estimulam a alimentação”.

Para finalizar, é preciso evitar escadas e cuidar da saúde da casa, evitando mofo e lugares muito frios ou muito quentes. “O idoso começa a ficar mais sensível às mudanças de temperatura”, lembra.

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