Você resolve olhar a caixinha de remédios e descobre que um deles está fora da validade. O que você faz: 1) Joga no lixo da cozinha; 2) Separa a embalagem para a reciclagem e descarta os medicamentos vencidos no vaso sanitário; 3) Verifica um ponto de coleta perto de sua casa?
Se sua resposta foi a número 1 ou a 2, você faz parte de um grupo numeroso. O problema é os medicamentos vencidos, quando vão para aterros ou para a rede pública de esgoto, contaminam a água e o solo. Além de provocar sérios danos ao meio ambiente, esses procedimentos atingem também quem maneja resíduos em lixões, por exemplo.
Números do Sinitox (Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas) indicam que os remédios vencidos ocupam, desde 1996, no Brasil o primeiro lugar entre os agentes causadores de intoxicações. Vale lembrar que o país é o sétimo colocado mundial na venda de medicamentos.
Embora os efeitos sobre o meio ambiente ainda sejam pouco conhecidos, há preocupação especial em relação aos antibióticos, aos estrogênios e a algumas substâncias da quimioterapia, como os imunossupressores. Para o ser humano, um dos principais problemas está no desenvolvimento de bactérias resistentes a antibióticos, devido à exposição a eles no ambiente.
Quanto aos estrogênios, hormônios ligados ao desenvolvimento de características femininas, o temor tem a ver com o potencial das substâncias para afetar o sistema reprodutivo de organismos aquáticos, como os peixes. Já os quimioterápicos requerem atenção diferenciada pela possibilidade de produzir mutações genéticas.
Medicamentos vencidos necessitam ser descartados de forma adequada
O ideal é que o descarte seja feito em pontos de coleta específicos, conforme obrigatoriedade da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Posteriormente, eles são encaminhados à destinação final correta, num processo que a indústria faz a articulação entre os atores (como farmácias) para realizar a logística reversa.
Existem pontos de descarte específicos, como os do Programa Descarte Consciente, administrado pela BHS (Brasil Health Service), especializada na gestão de logística reversa para descarte ambientalmente correto de medicamento. “Existem hoje 750 pontos instalados por todo o país”, diz Antonio Carlos da Silva Pedro, diretor da BHS.
No portal do programa, é possível encontrar de forma didática informações como o tipo de produto que pode ser depositado nas estações. É também possível localizar o endereço do posto de coleta mais próximo de casa.
“Já incineramos perto de 200 toneladas de fármacos desde o início do programa, em 2010, mas cerca de 20% do que se consome ainda é descartado incorretamente”
Quanto mais uso, mais descarte
De acordo com Martin Henkel, consultor, palestrante, fundador da SeniorLab Mercado e Consumo 60+ e parceiro Instituto Moriguchi, a matriz de despesas de pessoas com 60 anos ou mais com saúde corresponde a cerca de 20% da renda média mensal. Os gastos incluem medicamentos, plano de saúde privado e outras despesas.
Isso significa dizer que as pessoas acima de 50 anos, ao consumir mais remédios, inevitavelmente, tem a maior quantidade de descarte. Por isso, ter conhecimento de empresas que ofereçam o serviço de descarte adequado é uma das melhores opções para todos os públicos, principalmente para os 50+ e 60+.
A Drogasil e a Droga Raia, integrantes da maior rede de farmácias do Brasil, são exemplos de marcas que contam com o serviço de coleta. Além disso, o Instituto de Longevidade MAG possui o programa de Descontos em Medicamentos, em parceria com as duas empresas.
Para aqueles que fazem uso constante de remédios, basta se inscrever gratuitamente no programa para ter descontos a partir de 47% em medicamentos. Afinal, descartar da forma correta é um sinal de consciência coletiva e consumir sem gastar muito representa planejamento financeiro.
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